O Canadá aprovou nesta quinta-feira(24) a primeira vacina contra a covid-19 à base de plantas. A Covifenz, desenvolvida pela biofarmacêutica Medicago, com sede na cidade de Quebec, em parceira com a britânica GlaxoSmithKline (GSK), usa a tecnologia de partículas semelhantes a do coronavírus (CoVLP).
De acordo com a Health Canada, ensaios clínicos mostraram que a Covifenz é 71% eficaz na proteção de adultos de 18 a 64 anos contra infecções por coronavírus. O imunização é feita em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.
"Esta é a primeira vacina autorizada contra a covid-19 desenvolvida por uma empresa canadense e a primeira que usa uma tecnologia de proteína à base de plantas", disse um comunicado do governo.
O anúncio foi feito depois que mais de 90% dos adultos canadenses já receberam duas injeções de outras vacinas, mas cerca de metade da população ainda não recebeu uma dose de reforço.
A Medicago vem desenvolvendo sua tecnologia baseada em plantas nos últimos 20 anos, produzindo “partículas semelhantes a vírus” para suas vacinas de proteína – que descreve como semelhante à criação de conchas vazias.
Segundo a empresa, as partículas imitam a estrutura dos vírus, permitindo que sejam facilmente reconhecidos pelo sistema imunológico e induzam uma resposta imune semelhante a uma infecção natural. Por não terem material genético central, eles não são infecciosos e incapazes de se replicar.
As alternativas veganas e vegetarianas à base de plantas nos mercados de alimentos e materiais tornaram-se cada vez mais populares globalmente, já que os consumidores as escolhem por razões ambientais ou religiosas. Mesmo com tecnologia baseada nas plantas, Brian Ward, médico da Medicago, disse ao The Washington Post, que não seria apropriado categorizar a Covifenz como vegana ou vegetariana.
– As plantas que são usadas simplesmente agem como biorreatores para produzir o antígeno – afirmou.