A calma voltou a reinar nesta quarta-feira (2) em Guiné-Bissau, um dia depois da tentativa de golpe de Estado contra o presidente Umaro Sissoco Embalo, que deixou onze mortos, segundo o governo.
"O governo lamenta (...) a perda de onze bravos homens durante o ataque. Onze vítimas: militares e paramilitares, quatro civis, incluindo um alto funcionário do Ministério da Agricultura e seu motorista", disse o porta-voz do governo, Fernando Vaz, que também ocupa o cargo de Ministro do Turismo.
Um balanço anterior de fonte militar indicava seis mortes, de soldados abatidos em combate entre as forças de segurança e um grupo que atacou o palácio do governo.
Embalo, de 49 anos, no poder desde 2020, disse na terça-feira que saiu ileso e sereno depois de ficar trancado dentro do palácio com seus ministros por várias horas em meio a intensos tiroteios.
A vida parecia voltar pouco a pouco na capital, onde comércios e bancos começaram a reabrir, apesar de não ter clientes. O trânsito também estava mais fluido do que de costume e os transportes públicos circulavam quase vazios.
O acesso ao palácio do governo, prédio localizado na rua do aeroporto e que foi atacado na terça-feira por homens armados quando acontecia uma reunião do Executivo presidida pelo chefe de Estado, estava protegido por soldados e militares patrulhavam a área.
O Estado Maior das Forças Armadas lançou uma comissão para investigar o caso, disse um oficial militar.
Guiné-Bissau é um país instável que viveu turbulências deste tipo em sua história recente. Essa tentativa de golpe é também a mais recente de uma série de golpes registrados nesta região da África do oeste.
O país sofre também uma corrupção endêmica e é uma peça fundamental no tráfico de drogas entre América Latina e Europa.
* AFP