As organizações humanitárias suspenderam seu trabalho no noroeste da região etíope do Tigré, afetada pela guerra, após um ataque aéreo mortal contra um acampamento de deslocados, informou a ONU neste domingo (9).
Os sócios humanitários suspenderam suas atividades na região devido à ameaça contínua de ataques com drones", disse à AFP o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Segundo as informações preliminares do Ocha, o ataque, que aconteceu por volta de meia-noie de sexta-feira na cidade de Dedebit, "causou dezenas de vítimas civis, incluindo mortos".
Os rebeldes do Tigré acusaram o governo neste sábado de realizar um ataque com drones no qual, segundo eles, morreram 56 pessoas.
Foi impossível verificar de forma independente as afirmações porque o acesso ao Tigré está muito restringido e as comunicações estão cortadas na região.
O ataque ocorreu enquanto o governo etíope anunciava uma anistia para vários altos cargos da Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF) e outros líderes da oposição, em uma tentativa de promover a "reconciliação nacional".
Segundo o Ocha, a falta de itens essenciais, principalmente de equipamentos médicos e combustível, "está afetando gravemente o atendimento aos feridos e quase levou ao colapso do sistema de saúde no Tigré".
"A intensificação dos ataques aéreos é alarmante e é mais um lembrete a todas as partes do conflito de que devem respeitar suas obrigações em virtude do direito internacional humanitário", acrescentou a agência da ONU.
* AFP