Mais de 30.000 pessoas fugiram desde o domingo da violência comunitária no norte do Camarões, que deixou ao menos 22 mortos, segundo as Nações Unidas.
Desde o domingo, pelo menos 22 pessoas morreram e 30 ficaram gravemente feridas em confrontos entre pescadores, pastores e pecuaristas na região de Logone-et-Chari, segundo a Acnur, a agência das Nações Unidas para os Refugiados.
Milhares de pessoas fugiram para outras regiões do país e "mais de 30.000 se refugiaram no vizinho, Chade", segundo a Acnur, que pediu "o cessar imediato da violência".
Os confrontos foram registrados no povoado de Ouloumsa, no extremo norte de Camarões, pelo uso e gestão da água, segundo a agência.
"A violência chegou depois aos povos vizinhos", explicou, acrescentando que "dez povoados foram incendiados e reduzidos a cinzas".
O conflito prosseguiu na quarta-feira em Kousséri, cidade de 200.000 habitantes. Os pescadores "atacaram com flechas e os pastores árabes reagiram", disse à AFP um funcionário de uma ONG local que pediu para ter a identidade preservada.
Ao menos 10.000 pessoas fugiram da cidade e encontraram refúgio em Yamena, capital do Chade, situada do outro lado do rio Chari. Segundo a Acnur, a situação ainda é "volátil" no extremo norte do país.
A maioria dos refugiados são mulheres, algumas grávidas, e crianças.
Diante da urgência humanitária, o presidente da junta governista do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, pediu em um comunicado difundido na quarta-feira que "a comunidade internacional aja com prontidão e proporcione ajuda urgente a estes novos refugiados".
O Chade, país centro-africano de 17 milhões de habitantes, acolhe um milhão de refugiados e deslocados internos.
* AFP