Os líderes do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) começam nesta sexta-feira (11) uma reunião virtual com o desafio traduzir em atos a ambiciosa retórica sobre o clima, além de encaminhar a recuperação pós-pandemia.
A reunião anual do fórum de 21 países é organizada pela Nova Zelândia e terá discursos, por videoconferência, do presidente americano Joe Biden e de seu colega chinês Xi Jinping.
O governante comunista participou em um conferência empresarial paralela à reunião de cúpula e destacou a necessidade de avançar para um "desenvolvimento verde, sustentável e com baixas emissões de carbono".
"Nós, na Ásia-Pacífico, deveríamos fazer com que recuperação pós-pandemia seja verde", declarou Xi, pouco depois do anunciar, de maneira surpreendente, um acordo de cooperação climática com os Estados Unidos em meio à COP26 de Glasgow.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in disse que a transição para energias limpas é "uma grande transformação da civilização".
Mas até o momento a única medida anunciada neste sentido foi o congelamento de novos subsídios para os combustíveis fósseis, uma ideia que os líderes da APEC cogitam há uma década, mas não implementaram.
"Temos que ser mais ambiciosos? Absolutamente", reconheceu a anfitriã e primeira-ministra neozelandesa Jacinta Ardern.
"Se o mundo não está preparado para tomar ações decididas a respeito da mudança climática, o mundo deve estar preparado par os resultados desastrosos da mudança climática", acrescentou.
Os líderes da região devem divulgar um comunicado no sábado com as conclusões da reunião.
Mas o pano de fundo do encontro é a crescente concorrência entre Estados Unidos e China, as duas grandes potências militares e econômicas da região do Pacífico.
De fato, a cúpula pode ser uma prévia do esperado encontro virtual entre Biden e Xi, que pode acontecer na segunda-feira.
Embora a saída de Donald Trump da Casa Branca, ex-presidente que estimulou uma guerra comercial com a China, tenha provocado previsões de melhora nas relações entre Washington e Pequim, a tensão aumentou em questões como Taiwan e direitos humanos.
Xi Jinping advertiu na quinta-feira para o risco de retorno à região das divisões registradas no período da Guerra Fria.
Com Biden, o governo dos Estados Unidos reforçou sua política de alianças na Ásia-Pacífico, com a assinatura de um importante acordo com a Austrália e Reino Unido, assim como a organização de uma reunião com Austrália, Índia e Japão para contra-atacar a influência de uma China cada vez mais assertiva no cenário internacional.
No mês passado, um número recorde de aviões militares chineses entrou na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, o que levou Biden a prometer defender a ilha autônoma em caso de ataque de Pequim.
* AFP