Um grupo de pelo menos nove pessoas atacou com coquetéis-molotovs a entrada principal do edifício do Grupo Clarín, sede do jornal Clarín, em Buenos Aires, na Argentina, na noite de segunda-feira (22). A ocorrência foi filmada, e a investigação já está com a Justiça Federal. As informações são do Clarín.
Reportagem feita pelo jornal mostra que, às 23h05min, um grupo de nove encapuzados desce a rua e alguns de seus integrantes começam a acender garrafas com combustível e um pavio de pano. Naquele momento, passam dois ônibus. Os agressores aguardam alguns segundos e iniciam o ataque. A primeira bomba não explode, mas a segunda acerta em uma das árvores e gera as primeiras chamas. A seguir, o grupo acende e lança em sequência entre sete e oito bombas. Os explosivos atingem a calçada e a porta da entrada do edifício, causando um incêndio.
Depois de lançar as bombas, os agressores escapam. Não houve feridos nem danos materiais, embora as manchas de combustível e os vestígios de incêndio tenham ficado visíveis na fachada do edifício.
Às 23h15min, uma equipe de bombeiros chegou ao local, mas o incêndio já havia se extinguido. Minutos depois, apareceram agentes da delegacia, que, com os bombeiros, decidiram delimitar a área para investigar.
Conforme o Clarín apurou com fontes judiciais, os investigadores detectaram uma impressão digital em uma das garrafas, que não explodiu. O vestígio está sendo analisado pela Polícia Federal Argentina (PFA).
No entanto, ao analisar as primeiras imagens, os investigadores apontaram que elas estão "muito escuras", por isso, serão fornecidas para intervenção da Unidade Antiterrorismo. Também serão solicitadas à prefeitura as imagens das câmeras da região para que sejam analisados os movimentos anteriores e posteriores e localizar os suspeitos.
O desembargador Luis Rodríguez classificou o caso como “intimidação pública”.
Em nota, o Grupo Clarín afirmou que "na noite passada (segunda-feira) um grupo de pessoas atacou a sede do jornal e do Grupo Clarín na Rua Piedras 1.743 da cidade de Buenos Aires (...). Lamentamos e condenamos este grave fato, que, à primeira vista, aparece como uma expressão violenta de intolerância contra um meio de comunicação. E aguardamos o seu urgente esclarecimento e sanção ”.