Mais de 1,5 milhão de pessoas morreram na Europa devido ao coronavírus desde o início da pandemia, que ressurgiu na região, obrigando as autoridades a restabelecer restrições, muitas vezes em meio a distúrbios sociais.
A Europa voltou a ser o epicentro global da pandemia, enquanto a variante delta, altamente contagiosa, reduz a eficácia das vacinas contra a transmissão da doença para 40%, de acordo com a OMS.
Neste contexto, cientistas sul-africanos anunciaram nesta quinta-feira (25) que uma nova variante da covid-19 com um número "extremamente alto" de mutações foi detectada no país.
De acordo com uma contagem da AFP, a Europa superou 1,5 milhão de mortes nesta manhã (25). Nesta semana, a região, que inclui 52 países, registra uma média de 4.210 mortes por coronavírus por dia.
Esses números são baseados em dados oficiais, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número real é muito maior.
Na região, o país mais afetado é a Rússia, com cerca de 30% do total de mortes e uma média de 1.246 óbitos por dia. No total, o país contabiliza 269.057 falecidos nessa pandemia, mas, segundo a agência nacional de estatísticas Rosstat, que adota critérios mais amplos para contabilizar as vítimas do coronavírus, as vítimas fatais na Rússia chegavam a 450 mil no final de setembro.
Atrás da Rússia estão o Reino Unido (144.286) e a Itália (133.415).
"A situação é grave"
Na Alemanha, onde a pandemia ressurgiu com força, em grande parte devido à lentidão da vacinação, a marca de 100 mil mortes foi ultrapassada e um recorde de infecções diárias foi registrado na quarta-feira, ultrapassando os 75 mil.
— A situação é grave — admitiu na quarta o líder social-democrata Olaf Scholz, que deve se tornar o futuro chanceler da Alemanha ao substituir a conservadora Angela Merkel.
Além das mortes, as infecções também aumentam na Europa, atingindo uma média de 369.915 novos casos na semana passada, uma alta de 14% em relação à semana anterior.
Vários países já endureceram suas restrições, embora isso tenha provocado protestos em países como Áustria, Bélgica e Holanda, às vezes violentos.
Na França, nesta quinta-feira, o governo anunciou novas medidas para conter as infecções e acelerar a vacinação, embora confinamentos e toques de recolher estejam descartados por enquanto, como foi decidido na Áustria, por exemplo.
O Executivo agora recomenda o reforço da vacina a todos os maiores de 18 anos cinco meses após a segunda dose.
A máscara volta a ser obrigatória em qualquer lugar público e a validade dos testes, que o cidadão deve carregar consigo, será de 24 horas e não 72, na tentativa de promover a vacinação entre os reticentes.
A atual onda de coronavírus, a quinta na França desde o início da pandemia, "é incontestavelmente mais forte, mais longa do que neste verão" (boreal, inverno no Brasil), declarou o ministro da Saúde, Olivier Véran.
Vacinação desigual
Em Bruxelas, nesta quinta-feira (25), a Comissão Europeia recomendou a administração de uma dose de reforço, o mais tardar nove meses após a segunda dose da vacina anticovid, para reforçar o passaporte europeu de saúde, que não terá validade de outra forma.
Na União Europeia, atualmente, 67,7% da população recebeu pelo menos duas doses da vacina, embora as diferenças sejam notáveis.
Segundo dados de terça-feira (23), apenas 24,2% dos búlgaros estão imunizados, contra 86,7% dos portugueses.
Nesta quinta, na tentativa de acelerar o combate ao ressurgimento da pandemia, o órgão regulador europeu aprovou o uso da vacina Pfizer em crianças com entre cinco e 11 anos.
Esta semana, a OMS expressou o temor de que o ressurgimento da pandemia na Europa cause 700 mil mortes adicionais entre agora e março se a tendência atual continuar. Desta forma, o total de mortes chegaria a 2,2 milhões na região.
A Europa deve tomar medidas "urgentes" para tentar conter esta onda, advertiu o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a agência de saúde da UE responsável pelas epidemias.
Vários países que reforçaram suas restrições nos últimos dias, como Áustria, Bélgica ou Holanda, registraram manifestações nas ruas para protestar contra essas medidas, e algumas delas levaram a confrontos violentos com a polícia.