A Jordânia denunciou como "distorcidas" as informações publicadas nos chamados "Pandora Papers" (ou "Documentos Pandora", em tradução literal), uma ampla investigação jornalística internacional, sobre os ativos do rei Abdullah II em empresas offshore (em paraísos fiscais) no exterior, considerando-as "uma ameaça para a segurança do monarca e de sua família".
A investigação afirma que Abdullah II criou cerca de 30 empresas offshore, por meio das quais comprou 14 propriedades de luxo nos Estados Unidos e no Reino Unido, no valor de mais de US$ 106 milhões.
O rei jordaniano denunciou, nesta segunda-feira, o que classificou de "campanha" contra seu país, segundo um comunicado do Palácio.
"As tentativas para prejudicar a Jordânia existem há muito tempo e ainda há aqueles que querem sabotá-la e levantar suspeitas", disse o rei. "Não temos nada a esconder", concluiu.
"Algumas das notícias publicadas sobre os bens imóveis do rei são inexatas, distorcidas e exageradas", afirmou antes o Palácio Real, em um comunicado.
"A publicação, por parte de determinados veículos, dos endereços destes apartamentos, ou residências, constitui uma (...) ameaça para a segurança do rei e dos membros de sua família", acrescenta o comunicado.
Depois da publicação da investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), os advogados do rei da Jordânia, citados pela rede BBC, asseguraram que o monarca usou sua fortuna pessoal e recorreu a empresas offshore por questões de segurança e discrição.
O rei "possui certo número de apartamentos e residências nos Estados Unidos e Reino Unido, mas isso não é novo e nem segredo", disse a mesma fonte.
Ele usa "alguns desses apartamentos em visitas oficiais e recebe lá convidados oficiais. Ele utiliza com membros de sua família outras residências em visitas privadas", disse o comunicado.
"O custo dessas propriedades e todos os gastos correspondentes são pessoalmente financiados pelo rei e nenhum deles foi feito a cargo do orçamento Estado ou do Tesouro", acrescentou.
* AFP