Uma investigação interna confirmou que policiais da Croácia estiveram envolvidos em devoluções violentas de migrantes na fronteira com a Bósnia, reveladas esta semana por vários meios de comunicação europeus, afirmou nesta sexta-feira (8) o chefe da polícia croata.
Autoridades croatas abriram uma investigação ontem (7), depois que vários meios de comunicação europeus informaram que unidades especiais da polícia do país dos Balcãs estavam rejeitando de maneira ilegal, às vezes violenta, migrantes que tentavam chegar ao território da União Europeia.
As investigações realizadas ao longo de oito meses por jornalistas de sete países e oito veículos diferentes revelaram um "sistema" a cargo de "unidades especiais" que muitas vezes ocultam sua identidade e cobrem o rosto com balaclavas, segundo a revista alemã "Der Spiegel".
A Der Spiegel descreveu 11 vídeos que mostram homens agredindo migrantes na Croácia antes de devolvê-los para o outro lado da fronteira, na Bósnia. Uma "equipe de especialistas" estabeleceu que "as pessoas que aparecem nas imagens são integrantes da polícia especial", afirmou o comandante da polícia croata, Nikola Milina, durante coletiva de imprensa em Zagreb. Até o momento, foram identificados três desses agentes, que serão demitidos, acrescentou.
A comissária de Assuntos Internos da UE, a sueca Ylva Johansson, disse ontem que estava "extremamente preocupada" com essas revelações. "Devemos proteger nossas fronteiras externas, mas também devemos proteger nossos valores", afirmou.
Para a ONG Anistia Internacional, é "alarmante que a Comissão Europeia continue fechando os olhos para as violações flagrantes da lei europeia e, inclusive, siga financiando polícias e operações fronteiriças em alguns desses países".
* AFP