Os países do G20 vão devolver aos países vulneráveis US$ 100 bilhões da soma total dos Direitos Especiais de Saque (DES) emitidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a crise de saúde, de acordo com o rascunho do comunicado final consultado pela AFP.
A quantia que será devolvida faz parte do montante global de US$ 650 bilhões de DES emitidos pelo Fundo Monetário Internacional para fazer frente à crise provocada pela pandemia.
— Damos boas-vindas às recentes promessas de doações no valor de cerca de US$ 45 bilhões como um passo em direção aos ambiciosos US$ 100 bilhões em contribuições voluntárias para os países mais necessitados — disseram os líderes.
Os Estados do G20, que até agora nunca haviam acordado um montante a ser devolvido aos países em desenvolvimento, estão, portanto, seguindo os passos dos líderes do G7, que já haviam estabelecido uma meta de US$ 100 bilhões para redistribuir principalmente no continente africano.
Os DES são distribuídos de acordo com as cotas de cada país no FMI, portanto, a maior parte vai para os países ricos.
No papel, a África se beneficiaria apenas de US$ 34 bilhões.
Por isso, surgiu a ideia de alguns países desenvolvidos devolverem a sua parte aos países mais necessitados.
O Canadá distribuirá às nações em desenvolvimento 20% de seus direitos especiais de saque emitidos pelo FMI para acompanhar a recuperação econômica pós-covid, segundo anunciou a ministra das Finanças, Chrystia Freeland, no sábado (30), em Roma.
Anteriormente, a França já havia prometido "redirecionar 20% do dinheiro que recebe do FMI para o continente africano", disse o presidente francês, Emmanuel Macron.
— Se todas as grandes potências fizerem o mesmo que a França, alcançaremos (a meta de devolver US$ 100 bilhões à África) — declarou Macron em setembro.
O Reino Unido também assumiu compromisso semelhante de 20%, enquanto o Japão prometeu contribuir com US$ 4 bilhões.