Bangladesh começou nesta terça-feira (10) uma campanha de vacinação de três dias contra a covid-19 para refugiados rohingyas acima de 55 anos, em meio a um aumento recorde de número de casos - disseram as autoridades.
Centenas de profissionais de saúde foram enviados para os acampamentos do distrito de Cox's Bazar (sudeste) para aplicar o fármaco chinês Sinopharma a cerca de 48.000 rohingyas, disse o o secretário de Saúde do distrito, Mahbubur Rahman, à AFP.
Na ilha de Bhashan Char, no golfo de Bengala, também está previsto começar esta semana a vacinação de cerca de 18.000 rohingyas, afirmou o comissário adjunto para os refugiados em Bangladesh, Shams ud Douza.
As autoridades estimam em 2.600 casos e 29 mortes a incidência da covid-19 nos acampamentos de refugiados, onde vivem 850.000 rohingyas. Eles fugiram em 2017 das forças de segurança da vizinha Mianmar.
Especialistas temem que o número real de casos seja muito mais alto.
Bangladesh foi abalada por uma forte onda de pandemia nos últimos meses. Grande parte de seus 167 milhões de habitantes está confinada.
O balanço oficial é de quase 23.000 mortos e 1,4 milhão de infectados.
Os rohingyas "vivem na sombra" das campanhas de vacinação, alertou Hrusikesh Harichandan, da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, em um comunicado.
"A vacinação é vital para que as famílias vivam com dignidade. Ficar confinado é muito difícil para as pessoas nesses acampamentos precários, onde a maioria tem um acesso limitado à água e a instalações sanitárias", completou.
* AFP