O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), que publicará um novo relatório em 9 de agosto, tem desempenhado um papel crucial na conscientização sobre o alcance e a gravidade deste fenômeno.
Criado pela ONU há 30 anos, o IPCC sintetiza, regularmente, o conhecimento científico e os trabalhos que estabelecem o papel da atividade humana neste desequilíbrio de impacto global e que ajudaram no avanço das negociações para limitar as emissões dos gases causadores do efeito estufa.
Em 2007, o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore receberam o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho de difusão do conhecimento sobre o aquecimento climático e sobre as medidas necessárias para limitá-lo.
Desde 1988, este painel apresentou cinco relatórios de avaliação. O último deles foi concluído em 2013-2014.
Agora, seus membros começarão a divulgar seu sexto relatório, dividido em três capítulos. O primeiro deles, sobre os elementos científicos mais recentes sobre mudanças climáticas, será lançado em 9 de agosto.
A segunda parte, cuja versão preliminar a AFP revelou com exclusividade em junho, trata das consequências do aquecimento climático e das medidas de adaptação. Deve ser publicado, oficialmente, em fevereiro de 2022.
Dedicada às medidas para mitigar o fenômeno, o terceiro capítulo será divulgado no mês seguinte. Uma síntese retornará a todos os elementos em setembro de 2022.
O IPCC tem uma equipe permanente de especialistas em Genebra, mas seu funcionamento se dá por meio das contribuições desinteressadas de milhares de climatologistas, especialistas em atmosfera e oceanógrafos, além de economistas, especialistas em desenvolvimento, entre outros.
Os relatórios baseados em estudos existentes e redigidos por várias equipes constam de várias versões preliminares sucessivas que são submetidas à análise e aos comentários dos pesquisadores, ou especialistas governamentais.
Ao final, dedica-se uma sessão plenária, para que os Estados aprovem o "resumo para os tomadores de decisão", elaborado pelos cientistas para facilitar as escolhas por parte dos governos.
De relatório em relatório, o IPCC contribuiu para dar o alarme. Não foi um caminho fácil, especialmente pelos ataques dos céticos do aquecimento climático.
Em seu sexto ciclo de avaliação, o IPCC produziu três informes especiais, entre eles, um sobre o aquecimento de 1,5°C.
Garantido pelos Estados, o financiamento do IPCC acontece pelo princípio do voluntariado, em geral, de um ano para o outro.
* AFP