A Somália realizará a eleição indireta de seu presidente em 10 de outubro, anunciou nesta terça-feira (29) no Twitter o gabinete do primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble, após dois dias de negociações entre as autoridades políticas.
O adiamento da eleição presidencial provocou uma das piores crises políticas recentes neste Estado pobre e instável do Chifre da África.
O calendário eleitoral se iniciará em 25 de julho com eleições para o Senado, informou o escritório do primeiro-ministro.
Em meados de abril, a extensão de dois anos de mandato do presidente Mohamed Abdullahi Mohamed, apelidado Farmajo, que venceu em 8 de fevereiro, provocou distúrbios violentos em Mogadíscio e ameaçou o frágil equilibrio de segurança do país.
No início de maio, em um gesto de apaziguamento, Farmajo encarregou Roble de organizar eleições o mais rápido possível.
No dia seguinte, o governo anunciou, após consultar os líderes regionais do Estado federal, que as eleições aconteceriam 60 dias mais tarde.
A primeira eleição é a do Senado, depois se elegerá a Câmara Popular (câmara baixa) entre 10 e 18 de setembro, e finalmente a eleição presidencial, protagonizada pelos parlamentares.
Segundo o complexo sistema eleitoral da Somália, delegados especiais eleitos por uma rede de clãs e subclãs elegem os parlamentares, que por sua vez elegem o presidente, o que acontecerá em 10 de outubro.
A eleição do presidente Farmajo em 2017 gerou grandes esperanças na população, que via nele um líder preocupado em combater a corrupção e determinado a lutar contra os islâmicos shebab.
* AFP