A força aérea israelense realizou bombardeios na Faixa de Gaza na noite desta quinta-feira (17), depois que militantes palestinos lançaram balões incendiários no sul de Israel, informaram o exército e jornalistas da AFP.
Os balões incendiários e ataques aéreos são os últimos atos de violência que aumentam a pressão sobre uma trégua frágil entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que entrou em vigor em 21 de maio e encerrou 11 dias de combates intensos.
"Durante o último dia, balões incendiários foram lançados da Faixa de Gaza para o território israelense. Em resposta (...) aviões de guerra atacaram instalações militares e um local de lançamento de foguetes pertencentes à organização terrorista Hamas", disse a força armada de Israel em nota.
Trata-se da segunda série de bombardeios israelenses nesta semana em Gaza, um enclave palestino de dois milhões de habitantes, depois de uma primeira onda de disparos aéreos na quarta-feira em retaliação aos balões incendiários.
O exército israelense afirmou que seus alvos estavam situados na cidade de Gaza e em Khan Yunes, no sul do enclave, submetido a um bloqueio israelense há quase 15 anos.
Segundo jornalistas da AFP em Gaza, as explosões dos ataques israelenses puderam ser ouvidas. Pouco depois dos ataques aéreos, militantes do Hamas abriram fogo com metralhadoras contra o território israelense.
Exército preparado
Os ataques desta semana em Gaza são os primeiros sob o novo governo israelense, liderado por Naftali Bennett, cuja coalizão ideologicamente desigual substituiu o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no domingo.
O comandante do exército, general Aviv Kohavi, pediu ao seu estado-maior que "aumente a prontidão do exército" para uma "série de cenários", incluindo "a retomada das hostilidades" após o conflito mais recente, que custou a vida de 260 palestinos — entre os quais crianças e adolescentes — e 13 pessoas em Israel, incluindo um menino, uma adolescente e um soldado.
As forças armadas de Israel "continuarão a atacar alvos militares e infraestruturas pertencentes à organização terrorista, e responsabiliza o Hamas por todos os eventos que ocorrerem na Faixa de Gaza", frisou o exército no comunicado.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, revelou ter conversado com o ministro israelense de Relações Exteriores, Yair Lapid, para oferecer apoio.
"Discutimos o compromisso firme dos Estados Unidos com a segurança de Israel, nossa relação bilateral e os desafios adiante", tuitou Blinken após os ataques.
Blinken e Lapid também abordaram "a necessidade de melhorar as relações entre israelenses e palestinos de maneira prática", concluiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em outra declaração.
O Egito, enquanto isso, tenta consolidar o frágil cessar-fogo que permitiu suspender a guerra relâmpago de maio. O Cairo e a ONU esperam apoiar a reconstrução de Gaza após o conflito que deixou prédios residenciais e infraestruturas completamente destruídos.
O chefe militar israelense Kohavi tem prevista uma viagem aos Estados Unidos neste sábado para uma série de reuniões ao longo de seis dias.
Kohavi visitará o Comando Central (Centcom) das forças armadas norte-americanas, na Flórida, onde discutirá sobre o Hamas e o Irã, arquiinimigo de Israel, além do movimento xiita Hezbollah, apoiado por Teerã.
O chefe militar israelense debaterá "desafios comuns de segurança", de acordo com uma nota do exército, incluindo questões "relacionadas à ameaça nuclear iraniana, a consolidação do Irã no Oriente Médio e os esforços de fortalecimento do Hezbollah".