O prédio que desabou perto de Miami, nos Estados Unidos, sofria uma "deterioração" que se "acelerava", alertou em abril o presidente da assembleia de proprietários em uma carta que vários veículos da imprensa americana divulgaram nesta terça-feira (29).
Era necessário investir cerca de US$ 15 milhões em obras para adequar às normas o edifício que desabou em meio a uma nuvem de poeira na quinta-feira passada na cidade de Surfside, segundo uma estimativa do condomínio.
Ao menos 11 pessoas morreram e 150 continuam desaparecidas depois do colapso do prédio de 12 andares Champlain Towers South há seis dias, enquanto persistem os esforços de resgate e crescem as perguntas sobre as causas da tragédia.
Segundo uma carta de 9 de abril, destinada à assembleia de proprietários pelo seu presidente, a situação se agravava.
Desde 2018, "a deterioração do edifício se acelerou, o estado do telhado piorou consideravelmente", alertou Jean Wodnicki, presidente da associação de proprietários, na carta.
Naquele ano, um relatório sobre o estado da construção luxuosa já apontava "grandes danos estruturais", assim como rachaduras no porão do edifício, segundo documentos publicados pelo governo de Surfside.
"A impermeabilização das bordas da piscina e da entrada de acesso para veículos (...) já ultrapassou sua vida útil e, portanto, deve ser removida e substituída por completo", escreveu neste documento o especialista Frank Morabito, pedindo consertos "dentro de um prazo razoável", mas sem mencionar risco de desabamento.
— Haverá uma investigação minuciosa e completa sobre os motivos que levaram a essa tragédia — disse na segunda-feira a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava.