O opositor bielorrusso Roman Protasevitch, detido em Minsk no domingo depois que o avião de carreira em que viajava foi obrigado a aterrissar, afirmou nesta segunda-feira (24) que está colaborando com as autoridades, em um vídeo divulgado pela TV pública.
"As pessoas estão se comportando comigo de forma totalmente adequada e em total respeito à lei. Continuo colaborando com os investigadores e comecei a confessar sobre a organização de manifestações maciças", disse neste vídeo, no qual aparece sentado em frente a uma mesa e dirige-se à câmera.
Ele aparece cansado, agitando as mãos, em frente a um maço de cigarros e fósforos sobre a mesa.
Na gravação sem data, o militante de 26 anos diz que está na prisão N°1, situada no centro de Minsk. Mas o cômodo onde o vídeo foi filmado não dá indícios de onde se localiza.
Segundo a imprensa opositora, Roman Protasevich apresentava sinais no rosto de que teria sido maltratado.
"É assim que Roman se vê sobre pressão física e moral", escreveu no Twitter a líder opositora no exílio, Svetlana Tijanovskaia, denunciando um vídeo divulgado pelas "emissoras de propaganda do regime".
No passado, as autoridades bielorrussas já tinham sido acusadas de difundir confissões de detidos obtidas sob coação.
Em agosto passado, Svetlana Tijanovskaia pediu em um vídeo difundido pela imprensa estatal a não manifestação, quando Belarus estava em pleno movimento histórico de protestos contra a reeleição de Alexandre Lukashenko.
Roman Protasevich foi redator-chefe do influente veículo opositor Nexta.
* AFP