Militares da República Centro-Africana mataram um soldado chadiano em um ataque a um posto em seu território, no domingo (30), e sequestraram e "executaram" outros cinco - denunciou o governo do Chade nesta segunda-feira (31), assegurando que este "crime de guerra" não ficará "impune".
"As Forças Armadas centro-africanas atacaram, no domingo pela manhã o posto avançado de Sourou, em território chadiano (...), mataram um soldado chadiano, feriram cinco e outros cinco foram sequestrados e posteriormente executados em Mbang, no lado centro-africano da fronteira", declarou o ministro chadiano das Relações Exteriores, Cherif Mahamat Zene, em um comunicado.
Este "crime de guerra de extrema gravidade e este atentado assassino premeditado, planejado e realizado dentro do Chade (...) não podem ficar impunes", acrescentou Mahamat Zene em um comunicado.
Por sua vez, a República Centro-Africana afirmou que seu exército perseguia rebeldes armados "na fronteira" e lamentou "as perdas de vidas humanas e os feridos nos exércitos chadiano e centro-africano".
Além disso, reafirmou sua vontade de fortalecer as relações "entre os dois povos irmãos" e propôs ao Chade "uma missão conjunta de investigação" sobre esses confrontos.
A República Centro-Africana acusa regularmente seu vizinho do norte de apoiar os grupos rebeldes armados centro-africanos de seu território.
Esses confrontos podem aumentar as tensões entre os líderes de ambos os países, que enfrentam uma rebelião e questões de legitimidade.
No Chade, a junta militar que tomou o poder desde a morte do presidente Idriss Déby Itno, que morreu em abril em uma ofensiva contra os rebeldes, nomeou recentemente um governo de transição que é dirigido pelo filho do presidente.
A rebelião centro-africana fracassou em derrubar o presidente Faustin Archange Touadéra, reeleito em 27 de dezembro, e foi derrotada na maior parte do país, especialmente graças à intervenção em massa de centenas de paramilitares russos.
Por sua vez, o Chade, cujo exército se considera o mais poderoso da região, é um país-chave na guerra contra os extremistas islâmicos no Sahel, junto com a França.
* AFP