A Força Aérea Israelense bombardeou a Faixa de Gaza na noite desta segunda-feira (10), provocando a morte de 20 pessoas, de acordo com o ministro da Saúde da Palestina. Pelo menos nove crianças teriam sido mortas pelos bombardeios. A autoridade sanitária do país também informou que pelo menos 65 pessoas estão feridas.
Mais cedo, dezenas de foguetes foram lançados contra Israel por parte do grupo Hamas. Alguns desses artefatos conseguiram desabilitar as sirenes de alerta nos arredores de Jerusalém, de acordo com a rede de TV Al-Jazeera. O jornal israelense Haaretz afirma que esses ataques danificaram vários prédios nos arredores de Gaza, sem vítimas fatais.
Pelo menos sete membros de uma família, incluindo três crianças, foram mortos em uma explosão no norte de Gaza, cujas origens são desconhecidas. O exército israelense disse que atingiu vários alvos do Hamas em resposta aos contínuos disparos de foguetes de Gaza e que oito militantes foram atingidos.
As tensões entre israelenses e palestinos escalaram nos últimos dias, após um confronto de palestinos com a polícia de Israel nos arredores da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, na sexta-feira, último dia do Ramadã. Segundo o Haaretz, 250 palestinos e 17 policiais ficaram feridos.
Desde então, a revolta nos territórios palestinos se alastrou. Ainda nesta segunda-feira, foram registrados conflitos em cidades como Nablus e Ramallah.
A área tem sido palco de ataques de foguetes de militantes na fronteira disparados contra Israel. Em discurso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que "terroristas cruzaram a linha vermelha" ao promover esses disparos e prometeu que o país "responderá com muita força".
Militantes palestinos na Faixa de Gaza dispararam foguetes contra Jerusalém e o sul de Israel nesta segunda-feira, ameaçando punir Israel por violentos confrontos com palestinos na Cidade Sagrada.
O tenente-coronel israelense, Jonathan Conricus, disse que pelo menos seis dos 45 foguetes disparados de Gaza foram lançados em direção aos arredores de Jerusalém, onde uma casa foi atingida, sem deixar vítimas. Em seguida, ele disse que o Exército israelense já efetuou ataques contra "alvos militares do Hamas".
— Começamos a atacar alvos militares do Hamas — disse Conricus em uma entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros, sem definir um prazo para qualquer ofensiva israelense. — O Hamas vai pagar um preço alto.
Conricus disse que Israel realizou um ataque aéreo no norte de Gaza contra militantes do Hamas e estava analisando relatos de que crianças foram mortas:
— Tivemos vários eventos de foguetes disparados por terroristas de Gaza fracassando. Pode ser o mesmo.
Sirenes de foguetes soaram em Jerusalém, em cidades da região e em comunidades próximas a Gaza minutos após o término de um ultimato do grupo islâmico Hamas, que governa o enclave, exigindo que Israel retirasse as forças no complexo da mesquita de Al-Aqsa e outro ponto de conflito na cidade.
Aumento da violência
Enquanto Israel celebrava o Dia de Jerusalém na segunda-feira, marcando a captura de partes orientais de Jerusalém na guerra árabe-israelense de 1967, a violência irrompeu na mesquita, o terceiro local mais sagrado do Islã.
O Crescente Vermelho Palestino, organização que presta assistência à saúde, disse que mais de 300 palestinos ficaram feridos em confrontos com a polícia que disparou balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogêneo no complexo, que também é reverenciado pelos judeus nos locais dos templos bíblicos.
— As organizações terroristas cruzaram a linha vermelha no Dia de Jerusalém e nos atacaram, nos arredores de Jerusalém. Israel responderá com muita força. Não toleraremos ataques em nosso território, nossa capital, nossos cidadãos e nossos soldados. Quem nos atacar pagará um preço alto — disse Netanyahu.
O Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Tunísia, deve se reunir ainda nesta segunda-feira para abordar a situação em Jerusalém.
Os esforços internacionais para conter a violência parecem já ter começado. Uma autoridade palestina disse à agência Reuters que Egito, Catar e Nações Unidas, que mediaram tréguas entre Israel e Hamas no passado, estiveram em contato com o líder do grupo, Ismail Haniyeh. (Com agências internacionais)