O governo da Austrália fez um apelo para que as pessoas com mais de 50 anos tomem a vacina contra o coronavírus, por temer que os receios a respeito da imunização possam provocar um desastre sanitário no país.
A Austrália é uma das poucas nações que conseguiu eliminar a transmissão comunitária da covid-19, mas a campanha de vacinação é lenta.
Após vários atrasos nas entregas do imunizante, cada vez é mais evidente que os australianos de mais de 50 anos estão mais preocupados com os eventuais efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca/Oxford do que com o contágio do vírus.
— Eu encorajo as pessoas com mais de 50 anos a receber a dose — afirmou o primeiro-ministro Scott Morrison nesta sexta-feira (21). — E se você tem mais de 70 anos, eu o encorajo muito a fazer isto.
— Minha mãe recebeu, minha sogra recebeu e elas estão bem — completou Morrison, em uma tentativa de tranquilizar a população sobre os possíveis riscos de coágulos sanguíneos, muito raros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a continuidade do uso da vacina da AstraZeneca/Oxford, ao destacar que os benefícios são muito maiores que os riscos de trombose.
Mas uma pesquisa recente do Essential Report indicou que apenas 42% dos australianos gostariam de tomar a vacina o mais rápido possível. Quase um terço deseja receber o imunizante da Pfizer, mas não o da AstraZeneca.
A pesquisa mostra que as dúvidas sobre a vacinação aumentaram consideravelmente entre as pessoas com mais de 55 anos desde abril. O governo recomendou a aplicação do imunizante da Pfizer entre as pessoas com menos de 50 anos.
Os especialistas apontam que o fato de a Austrália ter eliminado a transmissão comunitária pode fazer com que a população baixe a guarda a respeito da covid-19. Mas alertam que a situação pode mudar rapidamente se as medidas de combate ao vírus não forem respeitadas.