O deslocamento de milhares de pessoas está aumentando após o ataque contra Palma, no norte de Moçambique, uma semana depois do violento ataque de grupos extremistas islâmicos, informaram várias organizações.
Os deslocados continuam chegando a pé, em ônibus ou barcos, em diferentes regiões da província de Cabo Delgado, depois de abandonarem tudo, afirmam organizações internacionais, ONGs e testemunhas de refúgios.
Ao longo de uma semana, quase 5.400 deslocados chegaram em distritos vizinhos, afirma a Organização Internacional para as Migrações (OIM), acrescentando que este movimento "se acelera significativamente".
Duas embarcações que transportam mais de 1.100 deslocados chegaram em Pemba, porto e capital provincial, localizada a mais de 200 km ao sul. Os passageiros, no entanto, ainda não puderam desembarcar por causa dos controles de segurança, destaca a OIM. As autoridades suspeitam que entre eles há extremistas escondidos.
"Ajudamos as famílias a se identificarem" para poder "localizá-las", explica à AFP Margarida Loureiro, funcionária da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Pemba, enquanto as comunicações continuam muito difíceis na região.
A quantidade de refugiados "continuará aumentando nos próximos dias. Milhares continuam se escondendo na floresta, com a esperança de chegarem a uma área segura a pé, o que pode levar dias e dias", acrescenta.
Os grupos que se dirigiam à vizinha Tanzânia voltaram, desanimados devido às dificuldades para atravessar o rio Ruvuma, de acordo com a ACNUR.
O ataque violento da semana passada, a apenas 10 km de um megaprojeto de gás, provocou dezenas de mortes, informou o governo, acrescentando que há muitos desaparecidos.
* AFP