O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, anunciou neste domingo (28) que vai renunciar em abril e continuará no cargo interinamente até a celebração das eleições legislativas em junho.
"Renunciarei em abril. Renunciarei não para para renunciar, e sim para que aconteçam eleições antecipadas. Mas continuarei exercendo a função de primeiro-ministro interino", disse Pashinyan.
"Se confirmarem (nosso mandato), continuaremos servindo a vocês melhor do que antes. Se isto não acontecer, vamos transferir o poder para quem desejarem", prometeu.
As eleições parlamentares antecipadas, previstas para 20 de junho, devem acabar com a agitação política que abala a Armênia desde a grande derrota na guerra com o Azerbaijão pelo controle do território de Nagorno Karabakh no fim de 2020.
Durante semanas, Pashinyan resistiu aos protestos e pedidos de renúncia. Ele é muito criticado pela oposição, que o chama de "traidor" por ter assinado em novembro um acordo de cessar-fogo muito desfavorável a seu país.
O cessar-fogo foi negociado quando a situação era catastrófica para a Armênia, que estava encurralada e prestes a se retirar de diversas frentes de batalha, enquanto o exército do Azerbaijão ameaçava a capital de Nagorno Karabakh.
Pashinyan, que chegou ao poder em 2018 após uma revolução popular que denunciava a corrupção das elites pós-soviéticas, provocou a ira de muitas pessoas no fim de fevereiro, quando demitiu exonerou vários comandantes militares, que acusou de tentativa de golpe de Estado.
O governo e a oposição finalmente chegaram a um acordo para a convocação de eleições antecipadas em junho.
Com o acordo, o governo suspendeu a lei marcial que havia sido decretada em consequência da guerra e o Tribunal Constitucional da Armênia ordenou a retirada das acusações contra o ex-presidente Robert Kocharian, crítico de Pashinyan.
* AFP