Sete pacientes com covid-19 em um hospital perto de Amã morreram neste sábado (13) por falhas no fornecimento de oxigênio, causando uma grande comoção no país e enfurecendo o rei em pleno repique da epidemia do coronavírus na Jordânia.
Abdullah II, vestido com uniforme militar, foi ao hospital de Salt, a 30 km da capital. Pelas imagens veiculadas pela televisão, ele pediu a demissão do diretor após manifestar seu descontentamento.
"Como algo assim pode acontecer aqui? Como é que não há oxigênio neste hospital? Isso é inaceitável", gritou o governante, visivelmente irritado, ao diretor Abdel Razak al Khachman.
"Uma falha no suprimento de oxigênio ocorreu por quase uma hora no hospital do governo em Salt e provavelmente causou a morte" dos pacientes, disse o ministro da Saúde, Nazir Obeidat, a repórteres.
O ministro apresentou sua renúncia, que foi aceita pelo primeiro-ministro Bicher al Khasawneh. Este último disse posteriormente a repórteres que o diretor do hospital havia sido afastado de seu cargo.
O diretor dos serviços provinciais de saúde está suspenso enquanto se aguarda uma investigação, acrescentando que o governo "assume total responsabilidade" pelo incidente.
"De acordo com um novo relatório, quatro homens e três mulheres com mais de 40 anos morreram", disse Adnane Abbas, diretora nacional de medicina legal. "Depois da necropsia e das amostras de pulmão das vítimas, há indícios claros de que as mortes ocorreram por falta de oxigênio", acrescentou.
As mortes causaram revolta em centenas de pessoas, incluindo as famílias das vítimas, que se reuniram em frente ao hospital público em Salt, onde 150 pacientes estão sendo tratados por covid-19. Forças de segurança foram enviadas para controlar a manifestação.
* AFP