O número de atos de pirataria contra navios aumentou 20% no ano passado, devido ao número recorde de sequestros em águas da África Ocidental, informou a Organização Marítima Internacional (OMI) em relatório publicado nesta quarta-feira (13).
No total, foram registrados 195 atos de pirataria e assaltos à mão armada, ante 162 registrados em 2019, indicou a OMI, órgão da ONU especializado em segurança e proteção à navegação, com sede em Kuala Lumpur.
Dos 135 marinheiros sequestrados no mundo, 130 foram sequestrados no Golfo da Guiné, em águas da África Ocidental, o que é um recorde nesta área.
Esta zona, que inclui o Golfo da Guiné e que vai da costa do Senegal à de Angola, passando pela Nigéria, tornou-se nos últimos anos o novo epicentro da pirataria mundial.
O aumento de sequestros mostra "o crescimento da capacidade dos piratas no Golfo da Guiné, com mais ataques e mais longe da costa", disse o diretor da OMI, Michael Howlett, citado no relatório anual.
Os piratas passaram de ataques a petroleiros a sequestros de marinheiros em troca de resgates, disse Noel Choong, chefe do centro de monitoramento de pirataria da OMI.
O Golfo da Guiné tornou-se mais perigoso do que o Golfo de Aden, nas águas da Somália, local que durante muito tempo concentrou da maioria dos atos de pirataria.
Os países da África Ocidental, com a ajuda da França e dos Estados Unidos, vêm tentando há vários anos melhorar seus meios de intervenção e colaboração na área.
A pirataria nesta zona, onde estão dois dos maiores produtores de petróleo da África, Nigéria e Angola, tem alterado significativamente as rotas marítimas internacionais.
* AFP