Milhares de pessoas se reuniram, neste sábado (8), no Paquistão, para o enterro de 10 mineiros da minoria hazara mortos em um ataque reivindicado pela organização Estado Islâmico (EI), uma tragédia que gerou polêmica sobre a falta de proteção para esta comunidade xiita.
Centenas de hazaras protestaram por seis dias antes de chegar a um acordo na sexta-feira com o governo do Baluchistão, a maior e mais pobre província do Paquistão.
Os dez mineiros da minoria hazara foram sequestrados no domingo passado em uma mina de carvão por homens armados e levados para uma colina onde foram fuzilados e alguns decapitados.
Neste sábado, em Quetta, mais de 4.000 pessoas compareceram, sob estritas medidas de segurança, ao funeral dos mineiros mortos.
Os hazaras constituem a maioria da população xiita em Quetta, capital do Baluchistão, região afetada por movimentos insurgentes étnicos, sectários e separatistas.
A comunidade hazara, que tem características próximas às da Ásia Central, é frequentemente atacada por militantes sunitas, que os consideram hereges.
Na sexta-feira, as autoridades prometeram que os agressores serão detidos, além de indenizar os familiares das vítimas e oferecer-lhes melhor proteção.
O acordo também prevê a criação de uma comissão liderada pelo ministro do Baluchistão para investigar os ataques contra a comunidade hazara nas últimas duas décadas.
As autoridades paquistanesas há muito negam a presença do EI em seu território. Mas este grupo, sunita, assumiu a responsabilidade por vários ataques.
* AFP