O YouTube proibiu nesta quarta-feira (9) novos vídeos com falsas alegações de fraude eleitoral nos Estados Unidos. A plataforma afirma que Joe Biden já foi certificado por um número suficiente de Estados para torná-lo oficialmente o próximo presidente americano.
Enquanto isso, o Google, dono do YouTube, disse que vai interromper a suspensão de publicidade relacionada às eleições dos EUA nesta quinta, uma vez que o resultado foi decidido. O Google, assim como o Facebook, parou temporariamente de receber anúncios referentes às eleições para evitar que eles fossem usados para espalhar desinformação ou confusão entre os eleitores.
"Para proteger os usuários, pausamos regularmente os anúncios por um determinado período durante eventos imprevisíveis e 'sensíveis', quando os anúncios podem ser usados para explorar o evento ou ampliar informações enganosas", explicou o Google. "Embora não consideremos mais este período pós-eleitoral como um evento sensível, continuaremos a aplicar rigorosamente nossas políticas de anúncios, que proíbem estritamente informações comprovadamente falsas que possam prejudicar significativamente a confiança nas eleições ou no processo democrático", acrescentou.
O YouTube tem recebido críticas por continuar a exibir vídeos que espalham desinformação, cujo objetivo é comprometer os resultados da eleição. O posicionamento da empresa mudou nesta quarta, com a implementação de uma proibição. Um "prazo de segurança" da eleição chegou na terça-feira, quando um número suficiente de Estados certificou os resultados para oficializar o ex-vice-presidente Biden como vencedor, informou a plataforma.
"Diante disso, começaremos a remover qualquer conteúdo enviado hoje (ou a qualquer momento depois) que busque enganar as pessoas, alegando que fraudes ou erros generalizados mudaram o resultado da eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos", informou o YouTube em seu blog.
A medida segue as práticas já adotadas pelo YouTube durante as eleições anteriores nos EUA, segundo a empresa. Serão removidos inclusive vídeos com alegações de falhas de software ou erros de contagem que teriam afetado o resultado da votação.
"Como sempre, a cobertura de notícias e comentários sobre essas questões podem permanecer em nosso site se houver contexto educacional, documental, científico ou artístico suficiente", esclareceu o YouTube.
Apenas uma pequena porção das visualizações no YouTube corresponde a conteúdo ligado às eleições, sendo a maior parte gerada por fontes confiáveis de notícias, de acordo com a companhia.
A Suprema Corte dos EUA desferiu nesta terça o golpe mais recente nos esforços de Donald Trump para reverter sua derrota eleitoral, ao negar a tentativa de seus aliados de bloquear a certificação de votos na Pensilvânia, um Estado-chave. Mesmo após mais de um mês após a eleição de 3 de novembro, Trump ainda se recusa a ceder a vitória ao democrata Biden - que tem uma vantagem de sete milhões de votos - e continua a fazer denúncias infundadas de fraude.
O Facebook não respondeu a um questionamento sobre planos relativos à suspensão de anúncios políticos pós-eleição, que permaneceria em vigor.