Um forte sismo de magnitude 6,4 foi registrado na Croácia nesta terça-feira (29) - informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), provocando o desabamento de prédios na cidade de Petrinja, no centro do país, e a morte de uma adolescente de 12 anos.
Uma criança morreu, anunciou o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic.
"Fomos informados de que uma menina morreu (...) Não temos informação sobre outras vítimas", declarou à imprensa, ao visitar os locais da catástrofe.
Segundo ele, um jardim de infância, felizmente vazio, está entre os prédios que colapsaram pela força do terremoto.
"A cidade é, na verdade, uma grande ruína. Estamos salvando gente, estamos salvando vidas. Temos mortos, desaparecidos, feridos (...) é uma catástrofe", disse ele à rádio nacional.
O ministro da Saúde, Vili Beros, informou que os pacientes com covid-19 e outros internados no hospital psiquiátrico serão transferidos para outras cidades para deixar leito para as vítimas do sismo.
Com profundidade de 10 km, o tremor aconteceu em torno das 11h30 GMT (8h30 em Brasília). Seu epicentro se situou a cerca de 50 km ao norte da capital croata, Zagreb, próximo da localidade de Petrinja.
Segundo o Centro Sismológico Euromediterrâneo, o sismo seria de magnitude 6,2 e foi sentido com força também na capital do país, Zagreb, onde moradores assustados saíram às ruas.
"Há pânico geral, as pessoas estão procurando seus entes queridos", afirmou mais cedo o prefeito de Petrinja, Darinko Dumbovic, à televisão regional N1.
Imagens da cidade, de cerca de 20.000 habitantes, mostravam o colapso de telhados e ruas com escombros.
Socorristas e o Exército foram mobilizados para buscar pessoas presas sob os escombros dos edifícios afetados.
"Tenho medo, não posso falar com ninguém em casa, porque as linhas telefônicas estão mudas", disse uma mulher de Petrinja à N1.
O tremor se deu um dia após um sismo de menor magnitude em Petrinja que causou danos em edifícios.
Em março, um terremoto de 5,3 sacudiu a capital croata, provocando importantes destroços materiais.
Os Bálcãs são uma zona de forte atividade sísmica, e esses fenômenos são frequentes.
- Central nuclear fechada na Eslovênia
O terremoto foi sentido na capital da Eslovênia, Liubliana, assim como em vários países da região, especialmente na Hungria e na Áustria, relataram testemunhas em depoimentos aos jornais.
A equipe de Proteção Civil do bloco estava "preparada para viajar para a Croácia assim que a situação permitir", tuitou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também reagiu: "Nossos pensamentos estão com os trabalhadores feridos e na linha de frente".
A planta nuclear eslovena de Krsko foi fechada de forma preventiva, informou uma porta-voz desta central atômica.
"Posso confirmar o fechamento preventivo" da unidade, disse a porta-voz Ida Novak Jerele à AFP.
Segundo a agência de notícias STA, trata-se de um "procedimento normal em caso de fortes terremotos".
Construído na época iugoslava e em funcionamento desde 1983, o reator do tipo Westinghouse de Krsko, de 700 megawatts de potência, é o único da Eslovênia. O país compartilha este sítio nuclear com a Croácia.
Chegou-se a programar o encerramento de sua atividade para 2023, após 40 anos de funcionamento. Em 2015, porém, Liubliana e Zagreb decidiram prolongar sua atividade por mais 20 anos, apesar dos protestos de várias ONGs.
A central cobre em torno de 20% das necessidades elétricas da Eslovênia, e 15%, no caso da Croácia.
* AFP