O Chile voltou a adotar nesta quinta-feira (3) o "estado de exceção constitucional por catástrofe" por mais três meses devido à pandemia, que deixa a ordem pública nas mãos dos militares no período, após o qual o país completará um ano sob toque de recolher noturno.
Trata-se da quarta extensão do estado de catástrofe, decretado pela primeira vez em 18 de março, quando foram registrados os primeiros casos do novo coronavírus no país, que já superou a marca dos 550 mil contagiados, com mais de 15 mil mortes.
O estado de catástrofe "permite de forma excepcional restringir as liberdades e a circulação das pessoas, e tomar medidas como as quarentenas e o toque de recolher, que consideramos necessárias, e temos que poder dispor delas se se tornarem mais necessárias no futuro", explicou o presidente Sebastián Piñera.
A medida ficará em vigor até 13 de março de 2021, completando um ano, mas "se as circunstâncias permitirem, podemos revogar de maneira antecipada esse estado de emergência", confirmou o presidente.
Os anúncios foram feitos no dia em que se completam exatos nove meses desde o primeiro caso de covid-19 detectado no país andino.
Depois de sofrer um pico de contágio nos meses de junho e julho, em agosto as infecções diárias se estabilizaram perto de 1.500 por dia, um "platô alto", segundo especialistas, o que não permite considerar superado o primeiro surto.
As restrições à circulação na região Metropolitana de Santiago foram sendo relaxadas gradativamente de agosto até agora. Porém, algumas cidades do sul do país mantiveram a quarentena e os contágios aumentaram em algumas regiões costeiras do norte depois da chegada de turistas após o afrouxamento das medidas restritivas às viagens.
O estado de catástrofe permite a patrulha de militares em algumas regiões e a continuação do toque de recolher noturno, que vigora da 00h até as 05h da manhã.
* AFP