Uma mutação do coronavírus em visons na Dinamarca, transmissível aos humanos e considerada problemática por ameaçar a eficácia de uma futura vacina, está "muito possivelmente erradicada", garantiu nesta quinta-feira (19) o ministério da Saúde dinamarquês.
"Não foi detectado nenhum caso novo da mutação no vison, Cluster 5, desde 15 de setembro, razão pela qual o instituto de controle de doenças infecciosas (SSI) considera que ela possivelmente foi erradicada", declarou o ministério, que publicou um comunicado anunciando o levantamento da maioria das restrições impostas na região afetada.
Em vigor desde 5 de novembro, estas restrições, consideradas drásticas de acordo com os critérios dinamarqueses (limitação de deslocamentos, fechamento de bares, cafés e restaurantes, em particular), afetaram sete comunas da Jutlândia do Norte, com 280.000 habitantes. Em princípio, permaneceriam até 3 de dezembro.
A detecção desta mutação levou a Dinamarca a ordenar o abate de mais de 15 milhões de visons.
Esses mamíferos da região afetada foram sacrificados e o restante está em andamento. Até agora, 10,2 milhões de animais foram mortos na Dinamarca.
Com três vezes mais visons do que habitantes, o pequeno reino nórdico é o maior exportador mundial e o segundo maior criador atrás da China, com um faturamento neste setor de cerca de 670 milhões de euros (793 milhões de dólares).
Mas esse animal da família dos mustelídeos, muito valorizado por sua pele usada na confecção de roupas de luxo, apresenta problemas no combate à covid-19: pode não só contrair a doença, mas também infectar humanos.
O SSI identificou quatro outras mutações originadas em visons, mas que não apresentaram o mesmo problema que o Cluster 5, detectado em 12 pessoas entre agosto e setembro.
De acordo com o ministério da Saúde, os resultados do sequenciamento do vírus na Jutlândia do Norte entre 26 de outubro e 8 de novembro indicam que entre 20 e 28% de todas as amostras tiveram resultado positivo para uma mutação do vison, contra entre 43 a 52% nas duas semanas anteriores.
* AFP