Ao completar nove dias para a eleição, 58,8 milhões já votaram antecipadamente nos Estados Unidos, segundo balanço divulgado no domingo (25) pelo grupo US Elections Project, da Universidade da Flórida.
De acordo com a contagem, mais de 39,8 milhões de pessoas já votaram por correio e 19 milhões foram depositar presencialmente a cédula em postos autorizados. O número supera o total de votos emitidos de forma antecipada em 2016, que somaram 47 milhões.
Segundo Michael McDonald, diretor do projeto, a projeção é que até 150 milhões de americanos votem este ano, a maior quantidade de votos da história eleitoral do país, o que significaria cerca de 65% de comparecimento às urnas — um índice estabelecido pela última vez na eleição de 1908. No Texas, a quantidade de votos já ultrapassou em 70% o total de 2016.
A votação antecipada foi ampliada neste ano em razão da pandemia do coronavírus, uma opção que mais de 60% dos eleitores registrados desejam, de acordo com pesquisa do Washington Post-University of Maryland.
Os democratas esperam que a disposição de quem está antecipando o voto leve a uma vitória decisiva. Segundo dados coletados em 19 Estados, onde é possível obter a filiação partidária de quem vota, a metade dos quase 60 milhões é formada por eleitores democratas, 28% são republicanos e 22,4% não são filiados a nenhum dos dois partidos. Na Flórida, Estado-chave fundamental para as campanhas de Donald Trump e Joe Biden, cerca de 5,7 milhões já votaram — bem mais que a metade do total de votos da eleição passada.
Ressalvas
A questão crucial para os democratas é se esses votos que estão sendo enviados e depositados antecipadamente são de novos eleitores ou apenas pessoas que teriam votado no dia da eleição de qualquer maneira.
A vantagem democrata não significa que a eleição está decidida. Historicamente, os democratas votam antecipadamente em maior número que os republicanos. Em 2016, Hillary Clinton registrou um número elevado de votos antecipados, mas acabou perdendo a eleição.
Analistas dizem que os republicanos, que já são mais propensos a votar apenas no dia da eleição, poderiam estar evitando votar antecipadamente este ano em razão das denúncias de fraude — sem provas — feitas pela campanha de Trump com relação ao voto pelo correio. O presidente garante que seus eleitores vão em massa às urnas no dia 3, para compensar a vantagem democrata obtida até agora.