Com a ajuda dos irmãos, um jovem palestino de 30 anos roubou o corpo da mãe de um hospital na Cisjordânia após ser informado pela equipe do hospital que ela não seria entregue à família. Diagnosticada com covid-19, a idosa morreu no dia 16 de julho. As informações são da rede de televisão NBC.
Essa não foi a primeira atitude de Jihad Al-Suwaiti que ganhou repercussão internacional. Em julho, imagens do jovem subindo as paredes do Hospital Estadual de Hebron para observar a mãe, Rasmi Suwaiti, de 73 anos, foram amplamente compartilhada nas redes sociais e comoveram internautas por todo o mundo. Rasmi já tratava uma leucemia antes de ser diagnosticada com covid-19.
O diretor do hospital onde a idosa estava internada, Tarek al Barbarawi, afirmou à NBC que o corpo foi roubado porque seus filhos não queriam que ele fosse embrulhado em plástico — o que é contra a tradição muçulmana, na qual diz que os mortos devem ser enterrados o mais rápido possível, com o corpo envolto em uma mortalha branca. O saco plástico é um protocolo diante do risco de contaminação do coronavírus.
Contrariado, Jihad Al-Suwaiti teria chegado à unidade de saúde com familiares em sete carros diferentes para distrair e confundir os funcionários do hospital. As ambulâncias não conseguiram identificar em qual carro o corpo estava.
Segundo relatos locais, mãe e filho são da cidade de Beit Awwa, na Cisjordânia. Uma fonte do hospital relatou ao site britânico The Mirror que Jihad Al-Suwaiti passava a maior parte do seu dia do lado de fora da janela e somente descia depois de ter certeza que a mãe já havia adormecido. Segundo o site em francês ligado à emissora Al-Jazeera, o AJ+, Al-Suwaiti conseguiu entrar no quarto da unidade de terapia intensiva uma vez para dizer adeus à mãe antes de ela morrer.