O Congresso da Espanha aprovou nesta quinta-feira (29) uma prorrogação de seis meses do estado de alarme solicitado pelo governo, o que permite a aplicação de duras restrições para conter o agravamento das infecções por covid-19.
Decretado domingo pelo governo de esquerda de Pedro Sánchez, este regime excepcional, que vigorará até 9 de maio, dá cobertura legal para o toque de recolher em quase todo o país e autoriza as regiões, competentes em matéria de saúde pública, a confinar seus territórios para limitar a mobilidade dos espanhóis.
Os governos de muitas das 17 regiões espanholas já se valeram desta opção, fechando regiões perimetrais ou municípios que abrangem cerca de três quartos dos 47 milhões de habitantes.
Mesmo estando em minoria parlamentar, o governo Sánchez conseguiu reunir o apoio majoritário de 194 deputados, diante de 53 votos contra a extrema direita e 99 abstenções, entre elas as do principal partido da oposição, o conservador Partido Popular.
— Estamos cientes de que os cidadãos estão começando a se cansar de meses fazendo esforços e sacrifícios (...) mas não é hora de afrouxar as medidas. Estamos diante de algumas semanas ou alguns meses que vão ser muito difíceis — disse durante o debate o Ministro da Saúde, Salvador Illa.
Em meados de março, durante a primeira onda do coronavírus, o estado de alarme deu proteção ao governo para decretar um severo confinamento domiciliar para todos os espanhóis que, por enquanto, não está contemplado nesta ocasião.
Embora agora o vírus tenha um crescimento menor do que outros países vizinhos, a Espanha é um dos países europeus mais afetados pelo coronavírus, com mais de um milhão de infecções e 35.000 mortes.