A oposição bielorrussa quer estreitar os laços econômicos com a União Europeia (UE) no caso de uma mudança de regime em Minsk, mas sem prejuízo das relações com a Rússia, declarou um de seus principais representantes nesta sexta-feira (04).
Após as eleições de 9 de agosto em Belarus, cujos resultados oficiais foram denunciados como fraudulentos pela oposição, manifestações sem precedentes contra o presidente Alexander Lukashenko tomaram as ruas.
Lukashenko, responsável pelo país desde 1994, respondeu com uma dura repressão, que levou a líder da oposição Svetlana Tijanovksaya ao exílio na Lituânia.
"A sociedade bielorrussa espera um sinal muito concreto do que a União Europeia pode propor", disse à AFP Pavel Latushko, ex-ministro da Cultura, que agora é membro de um conselho da oposição que apoia Tijanovskaya.
Segundo ele, uma possível promessa de um acordo de livre comércio ou ajuda financeira poderia enviar um forte sinal aos ativistas pró-democracia que querem tirar Lukashenko do poder.
Em vez disso, Latushko insistiu no fato de que a oposição não quer desistir da Rússia, o aliado tradicional de Belarus.
"Não queremos uma amizade com a UE contra a Rússia, nem uma amizade com a Rússia contra a UE", disse Latushko.
Vilna continua muito ativa na UE na gestão da crise em Belarus.
Latushko encontrou-se com o Ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Linas Linkevicius, antes de se encontrar com Tijanóvskaya.
No passado, membro da elite política do presidente Lukashenko, Latushko está agora entre os nomes principais do Conselho de Coordenação criado pela oposição.
Ele foi destituído do cargo de diretor do Teatro Nacional e convocado pela justiça depois de apoiar manifestações contra Lukashenko. Esta semana, deixou Belarus.
* AFP