Centenas de soldados americanos começaram a chegar à Lituânia, um país membro da OTAN, neste sábado (5), para realizar manobras militares perto da fronteira com Belarus, onde as tensões estão aumentando após as controversas eleições presidenciais.
Mais de uma dúzia de tanques cruzaram a fronteira da Polônia, parceira da OTAN, para a Lituânia, na tarde de sábado, constatou um fotógrafo da AFP.
O destacamento, que vai durar até novembro, foi "planejado com antecedência e não tem relação com os acontecimentos na região", disse o Ministério da Defesa da Lituânia em nota.
O país liderou a diplomacia na Europa com relação à crise em Belarus após a polêmica reeleição de seu presidente Alexander Lukashenko na votação de 9 de agosto, cujos resultados são considerados fraudulentos pela oposição.
A líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikanovskaya, que reivindica sua vitória nas eleições, refugiou-se na Lituânia. País que, como seus vizinhos bálticos Estônia e Letônia, incluiu Lukashenko em sua lista negra.
O presidente, que garante que ganhou as eleições de forma justa, reprimiu duramente as manifestações que surgiram após as eleições para exigir sua saída.
Ele também acusou a OTAN de acumular forças na Polônia e na Lituânia, ao longo da fronteira ocidental da Belarus. Varsóvia, Vilnius e a Aliança classificaram essas acusações como infundadas.
Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos enviam tropas para a Lituânia. Três anos atrás, a OTAN implantou tropas de rotação permanentes em áreas da Polônia e dos Países Bálticos para se proteger de iniciativas russas em seu flanco oriental, uma região anteriormente sob controle de Moscou.
Durante uma visita a Vilnius em julho, o secretário do Exército norte-americano Ryan McCarthy disse que seu país continuaria a enviar centenas de soldados para exercícios na Lituânia.
* AFP