O nitrato de amônia, responsável pelas explosões que sacudiram Beirute nesta terça-feira, é utilizado na composição de diversos fertilizantes e já causou vários acidentes industriais ou atentados, como o cometido em 1995 em Oklahoma City, nos Estados Unidos, por um supremacista branco.
De acordo com o primeiro-ministro do Líbano, Hasan Diab, as explosões, que deixaram pelo menos 73 mortos e 3.700 feridos, foram causadas pela detonação de 2.750 toneladas de nitrato de amônia que estavam armazenadas no porto da capital libanesa.
O nitrato de amônia é um sal branco e inodoro usado como base para muitos fertilizantes nitrogenados em forma de grânulos, altamente solúveis em água e que os agricultores compram em grandes pacotes. Não são produtos combustíveis, mas sim oxidantes.
Sua detonação é possível em doses médias e altas e na presença de substâncias combustíveis ou fontes intensas de calor.
Por isso, o armazenamento do nitrato de amônia deve seguir normas rigorosas de isolamento de líquidos inflamáveis ou corrosivos, sólidos inflamáveis ou substâncias que emitam calor, de acordo com um relatório técnico do Ministério da Agricultura da França.
O nitrato de amônia foi protagonista de diversas tragédias -acidentais ou não- no mundo.
Um de seus primeiros acidentes deixou 561 mortos em 1921 em uma usina em Oppau, na Alemanha.
Na França, cerca de 300 toneladas de nitrato de amônia armazenadas em um hangar da usina química AZF, em Toulouse, explodiram em 21 de setembro de 2001, causando a morte de 31 pessoas. A explosão pôde ser ouvida a 80 km de distância.
Nos Estados Unidos, uma explosão na usina da West Fertilizer, no Texas, deixou 15 mortos em 2013.
O nitrato de amônia também pode ser usado na fabricação de explosivos. Em 19 de abril de 1995, Timothy McVeigh detonou uma bomba feita com duas toneladas de fertilizante na frente de um edifício federal em Oklahoma City, matando 168 pessoas e ferindo outras 700.
* AFP