A pandemia da COVID-19 superou nesta segunda-feira (10) os 20 milhões de casos registrados no mundo desde a aparição do vírus, que transformou drasticamente a vida cotidiana dos habitantes do planeta.
Um total de 20.002.577 pessoas contraíram a doença e 773.842 faleceram, de acordo com uma recontagem da AFP elaborada a partir de dados oficiais.
Embora o ritmo da pandemia parece estabilizar-se no mundo, com um milhão de novos casos registrados a cada quatro dias desde meados de julho, a batalha contra o coronavírus intensificou-se na Europa.
Em Paris, o uso de máscara passou a ser obrigatório a partir desta segunda-feira em áreas muito frequentadas, uma medida já adotada em várias cidades europeias e que visa impedir um ressurgimento do coronavírus em meio ao verão, época de fortes ondas de calor na Europa.
A medida responde às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, urgiu nesta segunda-feira os cidadãos e os governos a colaborarem para "erradicar" a transmissão do vírus.
"Muitos de vocês estão sofrendo, é um momento difícil para o mundo. Mas quero ser claro, há esperança e (...) nunca é tarde demais para reverter a epidemia". Mas para isso "os governantes devem se mobilizar para agir e os cidadãos devem adotar novas medidas", disse.
"Minha mensagem é clara: eliminar, eliminar, eliminar o vírus. Se eliminarmos o vírus eficazmente, poderemos abrir as empresas com toda segurança", insistiu, revisando os casos de vários países cujos esforços deram frutos.
A Agência Europeia responsável pelas doenças infecciosas pediu aos países para "reinstaurar algumas medidas" a fim de prevenir um surto "real" da COVID-19.
"Embora muitos países agora registrem pacientes com casos leves, inclusive assintomáticos, o que aumenta o número de casos registrados, observamos um real ressurgimento de casos em muitos países que estão relacionados com a flexibilização das medidas de distanciamento social", afirma a agência com sede em Estocolmo.
A Itália, que havia controlado a propagação, está preocupada com a situação de seus vizinhos europeus. "França, Espanha, Bálcãs: a Itália está cercada pelos contágios", alertou nesta segunda-feira o jornal Corriere della Sera.
A península registrou duas mortes no domingo, o menor número desde 21 de fevereiro. Embora o número de casos cresça (+463 em 24 horas), a situação parece controlada, de acordo com as autoridades.
Enquanto isso, na Alemanha dezenas de milhares de crianças voltam às aulas em quatro estados.
- "Genocídio" no Brasil -
Neste domingo, o Brasil, segundo país mais afetado atrás dos Estados Unidos, superou os 100.000 mortos. As mensagens de solidariedade às famílias em luto se multiplicaram nas redes sociais, junto às críticas raivosas contra o governo.
"O Brasil está de luto. Um genocídio provocado por um governo de incompetentes e irresponsáveis", disse o líder do Partido Democrático Trabalhista, Ciro Gomes (centro-esquerda).
Os Estados Unidos continuam sendo o país mais afetado, com cerca de 163.000 mortes e cinco milhões de infectados.
Além da crise de saúde sem precedentes, a pandemia atingiu a economia mundial, agravou as desigualdades sociais e alterou os calendários culturais e esportivos.
As 24 horas da corrida Le Mans serão realizadas sem público nos dias 19 e 20 de setembro, após suas datas iniciais de 13 e 14 de junho serem adiadas.
As autoridades alemãs, por sua vez, rejeitaram o retorno do público aos estádios de futebol, chamando essa possibilidade de "mau sinal" enquanto há um ressurgimento da pandemia de coronavírus.
Em contrapartida, na Itália a indústria dos cruzeiros anunciou nesta segunda a retomada de suas atividades a partir de 16 de agosto.
* AFP