O Furacão Laura se aproxima da costa sul dos Estados Unidos nesta quinta-feira (27). Especialistas consideraram o fenômeno, de categoria 4, como "extremamente perigoso". Centenas de milhares de pessoas foram evacuadas devido à ameaça de inundações catastróficas.
O ciclone avança com ventos de 230 km/h e deve atingir os dois estados de Louisiana e Texas nesta quinta, pela manhã. Há chance de chegar à escala 5. O anúncio foi feito pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês). Uma tempestade com enormes ondas destrutivas vai causar danos catastróficos ao litoral de ambos os estados, alertaram os meteorologistas.
Somadas à maré alta, essas ondas - com potencial de avançar cerca de 50 km terra adentro - podem fazer com que as águas subam entre 4,5 e 6 metros acima do nível normal.
O olho do furacão estava, às 21h de quarta-feira (18h no horário de Brasília) a 250 km ao sul da cidade costeira de Lake Charles, em Louisiana, conhecida por seus grandes centros de refino de petróleo. Os moradores da região deixaram o local em ônibus após receberem ordem de retirada obrigatória devido ao risco de enchentes. Mais de 100 plataformas de petróleo no Golfo do México foram evacuadas por precaução.
No entanto, está previsto um "enfraquecimento rápido quando Laura tocar o solo", segundo o NHC, que também alertou sobre chuvas entre 130 e 250 milímetros, com alguns picos de quase 400 milímetros no oeste da Louisiana e no leste do Texas.
Fugir da rota do furacão
O governador do Texas, Greg Abbott, pediu aos residentes que evacuem suas casas.
- Eles têm apenas mais algumas horas para escapar dos danos - disse, ainda na quarta-feira, ao Weather Channel. - É uma tempestade muito perigosa, mais forte do que a maioria que já cruzou as costas do estado -, acrescentou.
O presidente Donald Trump pediu aos moradores das áreas afetadas que "ouçam as autoridades locais". "
- Laura é um furacão muito perigoso e está se intensificando rapidamente - publicou Trump no Twitter. - Meu governo continua colaborando totalmente com os gestores de emergência estaduais e locais.
Craig Brown, o prefeito da Ilha de Galveston, no Texas, que sofreu o furacão mais mortal da história dos Estados Unidos em 1900 com milhares de vítimas fatais, disse que as autoridades estão "monitorando de perto" a situação.
- Tivemos uma boa cooperação de nossos residentes na evacuação. Se eles quiserem ficar, nós permitiremos, mas se eles ficarem, é possível que não tenham nenhum serviço de emergência disponível - esclareceu.
Evitar contágios
Angela Jouett, que lidera a operação de evacuação em Lake Charles, informou que novos protocolos foram implementados devido à pandemia do coronavírus.
- As pessoas que entram (nos centros de evacuação) usam desinfetante nas mãos, passam por controles de temperatura e mantêm entre elas uma distância física de dois metros - disse ela.
O governador Abbott - cujo estado sofre uma onda significativa de infecções por covid-19 - pediu àqueles que podiam pagar que se refugiassem em hotéis e motéis para se isolarem.
Em Nova Orleans, devastada em 2005 pelo furacão Katrina, de categoria 5, o histórico Bairro Francês estava sem turistas, e sacos de areia foram empilhados diante de portas e janelas. Os edifícios de arquitetura colonial foram protegidos com chapas de madeira.
- Não estou preocupado com a água que entra com a tempestade, mas sim com a chuva e as bombas sem funcionar. É isso que vai causar as enchentes - disse à AFP Robert Dunalp, empresário que não se esquece do Katrina, que deixou 1.000 mortos e danos enormes.
O Furacão Laura passou na segunda-feira (24) como tempestade tropical por Cuba, onde provocou fortes chuvas e alguns danos. No fim de semana, a tempestade provocou 25 mortes no Haiti e República Dominicana.
A temporada de tempestades no Atlântico, que vai até novembro, deve ser uma das mais severas. O NHC prevê até 25 fenômenos, e Laura é o 12º até o momento.