Um dos mais violentos a atingir o Estado de Louisiana em mais de 150 anos, o furacão Laura deixou pelo menos 14 mortos no sul dos Estados Unidos, mas causou menos danos do que se antecipava.
— Podemos ficar aliviados — disse o governador John Bel Edwards em entrevista coletiva, enfatizando que seu Estado não sofreu as "devastações catastróficas" anunciadas.
— Embora tenhamos sofrido muitos danos — complementou, em referência à "vida despedaçada" de milhares de habitantes.
Em seu caminho pelo Caribe, Laura já havia causado grandes enchentes há uma semana no Haiti e na República Dominicana. Pelo menos 31 pessoas morreram no primeiro, e quatro, no segundo país.
Transformando-se em uma tempestade tropical na tarde de quinta-feira (27), Laura se fortaleceu novamente antes de atingir os Estados Unidos como um furacão de categoria 4 (de uma escala máxima de 5), por volta da 1h local (3h de sexta-feira (28), em Brasília).
O vendaval chegou pela cidade costeira de Cameron, perto da fronteira com o Texas, no Golfo do México, com ventos de 240 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês).
Laura é o furacão mais potente a atingir Louisiana em um século e meio, conforme dados coletados pelo pesquisador da Universidade do Colorado e especialista em furacões Philip Klotzbach.
A passagem do furacão deixou pelo menos 10 mortos nesse Estado, e quatro, no vizinho Texas. A maioria faleceu pela inalação de monóxido de carbono emitido por geradores elétricos portáteis usados em ambientes fechados, devido aos cortes de energia.
Quatro pessoas perderam a vida em Louisiana devido à queda de árvores sobre suas casas. Uma outra vítima morreu afogada, no naufrágio de seu barco provocado pelos fortes ventos.
Na sexta-feira (28), havia 464.813 usuários sem eletricidade em Louisiana, de acordo com o site Poweroutage.us.
A violência do vento quebrou as janelas de um grande prédio em Lake Charles, uma cidade da Louisiana conhecida por suas refinarias de petróleo, a principal fonte econômica da região.
Na mesma localidade, foi registrado o incêndio em uma fábrica de produtos químicos. A ocorrência gerou uma nuvem tóxica gigantesca que obrigou os moradores a se refugiarem em suas casas.
De furação a tormenta tropical
Os meteorologistas alertaram sobre o risco de inundações no norte da Louisiana e no sul do Arkansas. O presidente Donald Trump anunciou que pode visitar Texas e Louisiana "sábado, ou domingo".
Quinze anos após o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans e afetou profundamente os habitantes de Louisiana, as autoridades locais aconselharam a população a ter cautela.
Mais de 1,5 milhão de pessoas receberam ordens de evacuação em Louisiana e Texas, um dos estados dos EUA mais afetados pela pandemia da covid-19. Novos protocolos foram estabelecidos nos centros de acolhimento para manter a distância física entre os abrigados.
A temporada de furacões no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro, anuncia-se particularmente intensa este ano, segundo o NHC. Laura é o 12º.