O Suriname elegeu nesta segunda-feira (13) o ex-delegado de polícia e líder da oposição Chan Santokhi como novo presidente, pondo um fim ao governo de Desi Bouterse, figura mais poderosa da política do pequeno país sul-americano nas últimas décadas.
Santokhi, de 61 anos, foi eleito pela Assembleia Nacional de 51 membros para governar durante os próximos cinco anos a pequena nação exportadora de ouro e petróleo.
O novo presidente declarou à Assembleia que estava herdando um país "à beira do colapso financeiro" e se equilibrando para cumprir os acordos internacionais.
Santokhi pediu união para abordar os problemas econômicos do país.
A vitória de Santokhi põe fim ao governo de Bouterse, ex-militar eleito pela primeira vez presidente desta ex-colônia holandesa em 2010, após tomar o poder pela força em 1980 e governar durante sete anos.
Bouterse, de 72 anos, voltou ao poder brevemente após liderar um golpe de Estado sem derramamento de sangue em 1990.
Em novembro do ano passado, um tribunal militar condenou o ex-mandatário a 20 anos de prisão por ordenar execuções durante seu primeiro período no poder, em 1982. Bouterse foi declarado culpado pela detenção e execução de 15 opositores políticos, entre eles advogados, jornalistas e empresários.
O ex-militar recorreu da decisão e o caso foi adiado devido à pandemia da COVID-19.
O partido Reforma Progressista, de Santokhi, ganhou 20 assentos nas eleições de maio, suficientes para formar um governo de coalizão com o Partido de Liberação Geral e Desenvolvimento, de Ronni Brunswijk, que será o novo vice-presidente.
Santokhi assumirá a presidência na quinta-feira (16).
O Suriname, localizado no nordeste da América do Sul, compartilha fronteira com Brasil, Guiana e França, através da Guiana Francesa.
O presidente da França, Emmanuel Macron, felicitou Santokhi pela eleição e destacou que a fronteira que os dois países compartilham fazem deles "sócios naturais".
Macron também afirmou esperar que ambos os países possam trabalhar juntos para iniciar a "cooperação transfronteiriça", estagnada por disputas na divisa entre os territórios.
* AFP