A ilha de Malta permitiu que mais de 400 migrantes desembarcassem em seu território - informou o governo no sábado (6).
Alguns deles estão presos no mar há várias semanas.
Essas 425 pessoas, que chegaram da Líbia e foram resgatadas no Mediterrâneo durante diferentes operações desde abril, desembarcaram no sábado à noite em Valletta, segundo um comunicado oficial.
As autoridades maltesas haviam proibido seu desembarque, mantendo-as no limite das águas territoriais a bordo de embarcações turísticas especialmente mobilizadas.
Esta situação foi fortemente criticada por ONGs, organizações de direitos humanos e de defesa dos migrantes.
"Nenhum país europeu, apesar dos grandes discursos sobre a solidariedade da Europa, aceitou levar esses migrantes", criticou o governo de Malta, que exige que os demais membros do bloco assumam essa responsabilidade.
Segundo a agência de notícias italiana AGI, a decisão do desembarque foi tomada, "porque as tripulações dos navios de turismo temiam por sua segurança", em uma situação que se tornou "muito difícil de administrar".
Desde 2005, a ilha de Malta enfrenta uma onda de chegadas de migrantes, principalmente da Líbia. Apenas 8% deles se mudaram para outros países da União Europeia.
Os migrantes em situação irregular representam, hoje, 1% da população total da ilha, segundo o governo.
As autoridades maltesas alertam que o país, o menor Estado da UE, "não se tornará o centro da crise migratória europeia".
* AFP