Muitos países continuam sem equipamentos suficientes para diagnosticar o coronavírus, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade recebeu solicitação de ajuda de 200 laboratórios, em cerca de 120 países, desde que começou a pandemia.
— Alguns laboratórios em algumas regiões não têm o material necessário. Estão faltando no mercado internacional alguns componentes, porque há uma forte demanda em todo o mundo — explicou nesta sexta-feira (8) Giovanni Cattoli, diretor do laboratório conjunto de proteção e saúde animal da ONU, aos laboratórios organizados nas unidades da Áustria, os únicos pertencentes às Nações Unidas.
Os laboratórios da ONU, gerenciados pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), estão situados em Seibersdorf, a cerca de 40 quilômetros de Viena. Eles desenvolvem o método RT-PCR em tempo real, o mais usado no mundo, o que permite estabelecer o diagnóstico mais confiável possível em apenas algumas horas. Mas, no momento, essa técnica derivada da energia nuclear só pode ser usada em laboratório, e muitos países precisam de ajuda para implementá-la.
As substâncias necessárias para fazer os testes, principalmente os reagentes, continuam escassos, embora haja uma corrida para acelerar as compras ao mesmo tempo em que se buscam reagentes alternativos, disse Cattoli. A OEIA, em colaboração com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), treina especialistas de todo o mundo para usar o método RT-PCR e os fornece material. A entidade recebeu pedidos de 119 estados membros para equipar 200 laboratórios, segundo Cattoli.