Os estabelecimentos comerciais na Bélgica poderão reabrir suas portas em 11 de maio, mas com estritas condições para limitar a propagação do coronavírus. O anúncio foi feito pela primeira-ministra Sophie Wilmès nesta quarta-feira (6).
Esta segunda fase do desconfinamento começa a ser aplicada a partir da próxima segunda (11). Vale para os comércios não essenciais, fechados desde 18 de março, e que poderão receber um cliente a cada 10 metros quadrados. O tempo de permanência no local não pode passar de 30 minutos. O governo recomenda aos clientes, "encarecidamente", o uso de máscaras e pede aos empresários que garantam o respeito do distanciamento social (1m50cm) entre seus funcionários.
— Pode se falar que é como em um contrato. A chave do sucesso do desconfinamento é o senso de responsabilidade dos cidadãos — explicou a primeira-ministra belga em entrevista coletiva.
Embora as internações pela covid-19 estejam caindo, o governo desse país de 11,5 milhões de habitantes — e com mais de 8,3 mil mortos por coronavírus — teme um salto no caso de uma rápida desescalada. Além disso, a partir de domingo (10), Dia das Mães na Bélgica, cada família poderá receber outras quatro pessoas, familiares ou amigos, em casa, desde que "sejam sempre os mesmos", disse Sophie.
Caminhadas e atividades físicas ao ar livre com outras duas pessoas estão autorizadas a partir de segunda-feira (11), bem como alguns esportes individuais. Entre eles, partidas de tênis para duas pessoas ao ar livre, golfe e caiaque.
Os diferentes tipos de concentrações continuam proibidos e ainda não há uma data para a reabertura de "lugares festivos e recreativos", como bares e restaurantes, completou a premier. As escolas devem reabrir gradualmente a partir de 18 de maio, mas as comunidades de idiomas — responsáveis pela educação — ainda não definiram as modalidades práticas de retorno às aulas.
"Super-Sophie"
Praticamente desconhecida há seis meses, Sophie Wilmès ganhou visibilidade com a crise do coronavírus e, agora, a "super-Sophie", como alguns jornais passaram a chamá-la, enfrenta este início delicado de um desconfinamento. "Franca", "calma", "profissional", com capacidade de demonstrar "empatia" diante de uma situação excepcional: é assim que os especialistas em mídia e políticos descrevem esta líder liberal francófona de 45 anos.
— Está claro que essa crise mudou completamente sua estatura — disse o cientista político Vincent Laborderie, da Universidade Católica de Leuven.
Para Dave Sinardet, professor de Ciência Política da Universidade Livre de Bruxelas (VUB), ela ganhou popularidade, sem dúvida, pelo menos entre os francófonos. Segundo ele, Sophie "será provavelmente vice-primeira-ministra" do próximo governo, porque seu partido — o MR, Movimento Reformador, situado no centro do espectro político — deve continuar a ser uma de suas bases.