Um laboratório na China testou uma vacina experimental que "protegeu amplamente" um grupo de macacos contra o coronavírus. O anúncio é do laboratório chinês Sinovac Biotech, que fez o experimento nesta sexta-feira (24).
Usando patógenos inertes do vírus que causa a covid-19, a vacina foi ministrada em oito macacos Rhesus, que depois foram contaminados artificialmente, de acordo com os resultados do estudo.
"Os quatro macacos que receberam a vacina em alta dose não tinham vestígios do vírus nos pulmões sete dias após a contaminação", afirmou o laboratório.
Outros quatro macacos que receberam a mesma vacina, porém em doses mais baixas, apresentaram maior carga viral no corpo. Este grupo também conseguiu resistir à doença. Os resultados ainda devem ser validados pela comunidade científica.
A Sinovac iniciou testes clínicos desta mesma vacina em seres humanos em 16 de abril. Consultada pela AFP, o laboratório não quis fazer comentários a respeito:
"Estes são os primeiros dados sérios que eu vejo sobre uma vacina experimental", disse Florian Krammer, virologista da Escola de Medicina Icahn em Nova York, no Twitter.
"A questão é se essa proteção dura muito tempo", questionou a imunologista Lucy Walker, da University College London.
Além do experimento do Sinovac, Pequim aprovou outros dois testes de vacina: um em Hong Kong e e outro em Wuhan, onde o patógeno emergiu no final do ano passado. O laboratório americano Moderna também anunciou que está fazendo testes.
Grupos farmacêuticos e laboratórios ao redor do mundo estão disputando uma corrida contra o tempo para desenvolver tratamento eficaz e uma vacina contra o covid-19, que já matou mais de 190 mil pessoas em todo mundo. Estima-se que uma vacina eficaz levará entre 12 e 18 meses para ser produzida.