Donald Trump tentará retomar sua campanha eleitoral na próxima semana, no Arizona, e no fim de semana, com uma aparição na TV, no momento em que duas pesquisas apontam que ele poderá perder as eleições presidenciais para Joe Biden, em novembro. Com o confinamento devido ao coronavírus, Trump está há semanas sem sair da Casa Branca e começa a se mostrar cada vez mais frustrado por perder o controle de uma campanha que se mostrava promissora.
No próximo domingo (3), ele iniciará a retomada com uma entrevista à rede de TV conservadora Fox News no Memorial a Lincoln, localizado a poucos passos da Casa Branca. Na terça-feira (5), Trump deverá viajar a Phoenix, Arizona, onde visitará uma fábrica de material médico. Depois, seguirá para Ohio.
A mudança de ares pode dar a Trump a oportunidade de mudar sua narrativa sobre a condução da crise do coronavírus, que já matou mais de 61 mil pessoas nos Estados Unidos. A seis meses das eleições, sua política para enfrentar a pandemia gera uma desaprovação crescente. Depois de uma entrevista coletiva desastrosa na semana passada, em que Trump citou a possibilidade de injetar desinfetante em pacientes infectados pelo coronavírus, a Casa Branca se volta para uma retórica mais positiva, falando em reabrir a economia.
As pesquisas mostram que a campanha de Trump passa por um momento complicado, não só porque ele não consegue impulsionar o patriotismo que pode surgir de uma crise, mas também por ele estar afundando frente ao rival. Segundo o compilado de pesquisas The Real Clear Politics, Biden conta com 48,3% de apoio, frente a 42% para Trump. Cifras do portal FiveThirtyEight apontam que Trump conta com 42,9% de apoio, frente a 45,8% três semanas atrás.
"PESQUISAS FALSAS, que nem em 2016 (mas pior)!", tuitou Trump em uma manhã de atividade intensa na rede social, em que atacou a imprensa, os democratas e todos aqueles que acredita que conspiraram para afundar sua presidência com investigações sobre suas ligações com a Rússia.
A rede de TV CNN e outros veículos informaram que Trump gritou com seu diretor de campanha, Brad Parscale, e com outras autoridades nos últimos telefonemas, o que ele negou. A secretária de comunicação de Trump, Kayleigh McEnany, desmentiu qualquer tipo de discórdia entre a equipe.
Apesar de Trump ter exercido seu poder fabricando uma divisão e alimentando polêmicas de forma nunca vista, o magnata republicano espera que uma recuperação econômica lhe garanta o segundo mandato. Para o ele, o terceiro trimestre será uma "transição", e no quarto haverá cifras muito sólidas. No próximo ano, sentenciou que os números "serão espetaculares".