Quase 74 milhões de pessoas dos países árabes estão mais expostas ao coronavírus devido à falta de acesso a banheiros e sabão, informou uma agência das Nações Unidas nesta quarta-feira (15).
"Embora a lavagem das mãos tenha sido estabelecida em todo o mundo como a melhor ferramenta de prevenção contra a contaminação por covid-19, esse ato simples é difícil em uma região onde 74 milhões de pessoas não têm acesso a um dispositivo básico de lavagem", enfatiza a Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (Unescap).
Cerca de 31 milhões de pessoas no Sudão não têm banheiros e sabão, outros 14,3 milhões no Iêmen e 9,9 milhões no Egito, segundo o relatório da agência das Nações Unidas, com sede em Beirute.
A Unescap também indicou que esperava um "aumento na demanda de água na região de 4 milhões para 5 milhões de metros cúbicos por dia", enquanto o fornecimento de água corrente já é "insuficiente em 10 dos 22 países árabes".
Além disso, cerca de 87 milhões de pessoas na região não têm acesso à água potável em casa, forçando-as a recorrer a fontes públicas de água e expondo-as a um maior risco de contrair a doença, observa a Unescap.
— É urgente garantir o acesso a serviços de água potável e saneamento para todos e em qualquer lugar, sem custos adicionais para quem não pode obtê-lo, a fim de evitar a propagação do novo coronavírus — disse a secretária-executiva da Unescap, Rola Dashti.
Ela também alertou contra o "uso da água como arma de guerra" em países em conflito, onde as ONGs temem uma catástrofe, especialmente em campos superlotados para pessoas deslocadas.
De acordo com a Unescap, "26 milhões de refugiados e pessoas deslocadas internamente na região correm um risco maior de contrair o coronavírus devido à falta de água, saneamento e higiene".