O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta quarta-feira ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump para "não politizar o vírus", referindo-se às críticas do americano sobre a relação entre a organização e o governo chinês.
Ele também pediu a Washington e Pequim que "juntem forças para combater esse inimigo perigoso", referindo-se à pandemia de COVID-19.
Trump acusou nos últimos dias que a OMS "parece ser muito tendenciosa em relação à China", depois de lembrar que, no início da pandemia de coronavírus, a organização apontou que proibir viagens ao gigante asiático, epicentro do surto viral, não era aconselhável.
"Isso não está certo", disse Trump, lembrando que uma de suas primeiras medidas, em janeiro, foi proibir voos da China.
"A OMS realmente errou", escreveu ele. "Por alguma razão, é amplamente financiada pelos Estados Unidos, mas muito focada na China. Vamos dar uma olhada mais de perto", acrescentou.
"Não devemos perder tempo culpando os outros", disse Tedros em uma conferência de imprensa virtual em Genebra. "É como brincar com fogo", ressaltou.
"É como brincar com fogo", disse o líder etíope, que também agradeceu aos Estados Unidos por seu apoio contra a pandemia.
Trump deu a entender que suspenderia as contribuições financeiras dos EUA à OMS.
O secretário-geral da ONU, Antoónio Guterres, endossou Tedros. "Estou convencido de que a OMS deve ser apoiada, porque é absolutamente essencial para os esforços do mundo para vencer a guerra contra o COVID-19", afirmou em comunicado.
Uma vez derrotada a pandemia, "haverá tempo para voltar", disse Guterres. "Agora não é a hora. Agora é a hora da unidade", acrescentou.
A pandemia do COVID-19 afeta cerca de 1,5 milhão de pessoas em 192 países e territórios e até agora causou mais de 86.000 mortes.
* AFP