O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, ordenou na noite deste sábado (21) o fechamento de empresas e fábricas não essenciais em todo o território nacional. A medida visa interromper a pandemia de coronavírus, que em um mês causou a morte de 4.825 pessoas no país.
– A decisão tomada pelo governo é encerrar todas as atividades produtivas no território que não sejam estritamente necessárias, cruciais e indispensáveis, para nos garantir bens e serviços essenciais – disse Conte em mensagem transmitida pela televisão.
Ele acrescentou que farmácias, supermercados e lojas de alimentos, serviços postais, financeiros e de seguros, além de transporte, continuarão em operação.
– Estamos desacelerando o mecanismo produtivo do país, mas não o paramos –declarou, acrescentando que esta foi uma "decisão difícil".
De acordo com o primeiro-ministro, não se pode esconder a realidade que está diante de nossos olhos todos os dias".
– É a crise mais séria que o país passou desde a Segunda Guerra Mundial. As medidas tomadas levam um tempo antes que entrem em vigor. Devemos continuar a respeitar todas essas regras com paciência e confiança –acrescentou.
Em 9 de março, o governo havia decretado a proibição de reuniões e severas restrições de viagens em todo o país, autorizadas apenas por razões profissionais ou imperativas.
– O sacrifício de ficar em casa é mínimo comparado ao de outros concidadãos, que correm muito mais riscos – afirmou, citando o exemplo de "médicos, enfermeiros, policiais, militares, trabalhadores de supermercados, farmácias".
O primeiro-ministro, no entanto, não especificou a lista de atividades consideradas essenciais, mas explicou que tem trabalhado "com os sindicatos para fazer uma lista detalhada dos setores mais necessários para a operação do Estado nesta fase de emergência".
O anúncio foi realizado após vários apelos de autoridades do norte do país e médicos pedindo o aumentasse das restrições sobre os italianos.
– O governo tomou uma decisão muito difícil, mas necessária, de proteger os trabalhadores – reagiu o prefeito de Bergamo, Giorgio Gori, cuja província é a mais afetada na Itália, junto com Brescia.
Além das quase 5.000 mortes, cerca de 3.000 pessoas permanecem em unidades de terapia intensiva no país.