O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial pediram nesta quarta-feira (25) aos credores bilaterais dos países mais pobres que "congelem o pagamento das dívidas" para que possam liberar dinheiro para combater a pandemia de coronavírus.
"O Banco Mundial e o FMI acreditam que é imperativo neste momento dar um senso global de alívio aos países em desenvolvimento, assim como enviar um sinal forte aos mercados financeiros" afirmam em um comunicado conjunto.
O pedido aponta para os países qualificados para ajuda do "IDA", um fundo destinado às nações mais pobres.
"A crise do coronavírus pode ter consequências econômicas e sociais severas para os países (do grupo) IDA, que abrigam um quarto da população mundial e dois terços da população mundial que vive em extrema pobreza", ressaltam.
As duas entidades pedem ainda que os líderes do G20 encarreguem algumas entidades, entre elas o próprio FMI, de avaliar o quadro para identificar quais países têm situação insustentável de dívida, preparando uma proposta de ações abrangentes dos credores bilaterais tanto por meio de financiamento como de alívio nas dívidas.
Os chefes de Estado dos países membros do G20, que reúne as nações mais ricas e emergentes, realizarão uma videoconferência na quinta-feira (26) para discutir o impacto do novo coronavírus no mundo.
A proposta será apresentada para aprovação nas reuniões de primavera (no hemisfério norte) do FMI e do Banco Mundial, programadas para os próximos 16 e 17 de abril.
Países elegíveis
Os países que poderiam se beneficiar do apelo lançado pelo Banco Mundial e FMI são aqueles elegíveis de acordo com os critérios da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), que faz parte do Grupo Banco Mundial e empresta dinheiro aos países mais pobres a uma taxa zero ou faz doações para programas econômicos ou sociais.
Essa entidade lida com os 76 países mais pobres do mundo. Na América Latina e no Caribe, nações como Haiti, Honduras, Nicarágua ou Guiana fazem parte desse grupo.
No final do ano fiscal de 2019, em junho, a IDA comprometeu US$ 22 bilhões, 36% na forma de doações, segundo dados do Banco Mundial.