O Chade enviou soldados ao Níger e à Nigéria como parte da operação contra o grupo jihadista Boko Haram, que matou cem soldados chadianos em março, anunciou nesta terça-feira (31) o ministro da Defesa.
"Temos o acordo dos outros dos países, Níger e Nigéria, e atualmente temos homens e todos estes países", disse o ministro, general Mahamat Abbali Salah, à emissora de TV nacional.
Chade, Níger e Nigéria, assim como o Camarões, margeiam o lago Chade, uma grande extensão de água e pântanos, salpicados por ilhas que se tornaram verdadeiros santuários para o Boko Haram.
Um ataque dos combatentes do Boko Haram contra uma base militar na península de Bohoma matou 98 soldados chadianos em 23 de março.
"Nosso objetivo é limpar toda a área insular", disse o ministro, que falou de um deslocamento de "cinco setores", sem especificar o número de homens mobilizados.
O presidente Idriss Déby Itno, de 67 anos, e que está no poder há quase 30 anos, visitou a região depois do ataque e se instalou ali, alegando organizar o contra-ataque, chamado "Ira de Bohoma".
Os países da região já se organizaram para combater o Boko Haram desde 2015 no âmbito da Força Conjunta Multinacional (FMM), uma coalizão regional ao redor do lago Chade com a ajuda de comitês de vigilância integrados por moradores da região.
A insurgência do Boko Haram deixou 36.000 mortos e quase dois milhões de deslocados no nordeste da Nigéria desde seu aparecimento em 2009, segundo a ONU.
O grupo jihadista estendeu sua ação aos vizinhos Níger, Chade e Camarões.
* AFP