Os destroços do Titanic, no fundo do mar desde seu naufrágio em 1912, serão protegidos dos turistas e exploradores por um tratado entre Estados Unidos e Reino Unido que entrou em vigor nesta terça-feira (21), informou o governo britânico.
"Este acordo crucial com os Estados Unidos para preservar os destroços significa que agora será tratado com sensibilidade e respeito o local onde 1,5 mil pessoas descansam", disse a secretária de Estado dos Transportes Marítimos, Nusrat Ghani, em comunicado.
Assinado em 2003 pelo Reino Unido, o tratado entra agora em vigor, após ter sido ratificado em novembro pelos Estados Unidos. O acordo permite que os dois países "concedam ou recusem licenças para entrar ou remover objetos dos destroços", acrescenta a nota.
Até então, o Titanic, que está em águas internacionais, era protegido apenas pela Convenção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre a Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático.
O gigantesco transatlântico, que partiu de Southampton, no sul da Inglaterra, em 10 de abril de 1912 com destino a Nova York, era o maior do mundo na época de seu lançamento. Afundou após atingir um iceberg, cinco dias depois.
Dos 2.224 passageiros e tripulantes, quase 1,5 mil morreram na tragédia.
Desde a descoberta, em 1985, dos destroços em águas internacionais do Oceano Atlântico, a 650 quilômetros da costa canadense e a 4 mil metros de profundidade, ele foi visitado por inúmeros caçadores de tesouros e turistas.
Após uma expedição em 2012, um grupo de cientistas observou "danos recentes ao casco do Titanic por submarinos" usados para visitá-lo. Eles também alertaram sobre "quantidades perturbadoras de resíduos e detritos jogados por navios na superfície, ou abandonados perto dos destroços".
Em um relatório, a Organização Marítima Internacional expressou sua preocupação com "os impactos já visíveis, que desonram esse local de descanso" dos mortos no acidente.