O premier Benjamin Netanyahu retirou nesta terça-feira (28) um pedido de imunidade que havia feito ao parlamento israelense, gesto que abre caminho para que ele seja julgado por denúncias de corrupção. A retirada do pedido de imunidade foi feita uma hora antes do início da sessão marcada pelo Legislativo para debater o assunto.
— Mais tarde, desmentirei as acusações ridículas contra mim. Não deixarei que meus adversários políticos usem isso (os casos de corrupção) para desviar o foco do processo histórico que estou liderando — disse o premier, que está em Washington.
Nesta terça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciará um plano de paz para Israel e Palestina. No entanto, os palestinos não participarão do anúncio e disseram que vão rejeitar a proposta, antes mesmo de sua formalização.
Netanyahu, 70 anos, foi indiciado por fraude, abuso de poder e quebra de confiança em três casos. Em janeiro, ele pediu ao parlamento que lhe desse imunidade até as eleições de 2 de março.
Ele é acusado de aceitar US$ 264 mil em presentes de empresários em troca de facilitar regulações favoráveis a eles e de oferecer favores em troca de cobertura positiva em um site de notícias, entre outros casos. Se condenado, pode pegar até 10 anos de prisão. O processo contra Netanyahu aguarda julgamento, mas não há prazo previsto: pode levar meses ou anos para ser realizado.
É a primeira vez que um premier israelense é processado no exercício do cargo. Netanyahu disse que não vai renunciar e chama a acusação de "tentativa de golpe" e de "caça às bruxas". Como primeiro-ministro, ele não tem obrigação legal de se demitir por estar sendo investigado.
No cargo desde 2009, Netanyahu, também exerceu a função entre 1996 e 1999. Na última década, dominou a política israelense e foi o principal responsável pela virada à direita do governo do país. O premier venceu duas eleições no ano passado, mas não conseguiu votos nem apoio suficientes para formar governo. Com isso, Israel terá a terceira votação seguida em março.